ATA DA SEXAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
03-8-2009.
Aos três dias do mês de agosto do ano de dois mil e
nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Nelcir Tessaro, Toni Proença e Valter
Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago
Duarte, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, João Pancinha, Juliana Brizola,
Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo
Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 071/09 (Processo
nº 1799/09); pelo Vereador Carlos Todeschini, o Substitutivo nº 01 ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 053/09 (Processo nº 1518/09); pelo Vereador Emerson
Correa, o Projeto de Lei do Legislativo nº 113/09 (Processo nº 2600/09); pela
Vereadora Fernanda Melchionna, juntamente com o Vereador Pedro Ruas, o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 016/09 (Processo nº 2599/09); pelo
Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 023/09 (Processo nº
3159/09); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos
129, 130, 131, 135 e 136/09 (Processos nos 3022, 3023, 3024, 3154 e
3155/09, respectivamente); pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 137/09 (Processo nº 3186/09); pelo Vereador Nelcir Tessaro, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 095/09 (Processo nº 2205/09); pelo Vereador
Valter Nagelstein, o Projeto de Lei do Legislativo nº 115/09 (Processo nº
2731/09) e pelo Vereador Waldir Canal, o Projeto de Lei do Legislativo nº
033/09 (Processo nº 0908/09). Ainda, foi apregoada a Emenda nº 05, de autoria
do Vereador Valter Nagelstein, Líder do Governo, ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 041/08 (Processo nº 5290/08). Também, foram apregoados os
Ofícios nos 515, 556, 560 e 559/09, do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos
019, 020 e 021/09 e a Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei do
Executivo nº 054/09 (Processos nos 3168, 3346, 3388 e 6298 /09,
respectivamente). Após, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador
Ervino Besson, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento
do Projeto de Lei do Legislativo nº 159/08 (Processo nº 3772/08). Na ocasião,
foi apregoado o Memorando nº 098/09, firmado pelo Vereador Sebastião Melo,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência
informa a Representação Externa do Vereador Nelcir Tessaro, no dia trinta de
julho do corrente, na solenidade inauguração do Porto Alegre CenterLar, às nove
horas e trinta minutos, em Porto Alegre. Após, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo Senhor
Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo: de autoria do Vereador João Carlos Nedel, no dia cinco de agosto
do corrente, no Grande Expediente em homenagem aos setenta e cinco anos do
Jornal A Notícia de São Luiz Gonzaga, às quatorze horas, na Assembleia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; de autoria da Vereadora Maria
Celeste, hoje, no Seminário Municipal de Educação de Arararicá, às quatorze
horas, no Centro de Cultura da Cidade de Arararicá – RS. Em prosseguimento, foi
apregoado o Memorando nº 075/09, de autoria do Vereador Beto Moesch, informando
que Sua Excelência estará ausente na Sessão Ordinária do dia de hoje, para
comparecer em audiência da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, às
quatorze horas e trinta minutos. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
517 e 518/09, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 179480, 210741 e
201885/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão,
constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da
Trigésima Sexta, Trigésima Sétima, Trigésima Oitava, Trigésima Nona, Quadragésima,
Quadragésima Primeira, Quadragésima Segunda, Quadragésima Terceira,
Quadragésima Quarta, Quadragésima Quinta, Quadragésima Sexta, Quadragésima
Sétima, Quadragésima Oitava, Quadragésima Nona e Quinquagésima Sessões Ordinárias
e da Quinta Sessão Extraordinária. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os Vereadores
Adeli Sell, em tempo cedido pelo Vereador Mario Manfro, e Mauro Pinheiro. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Paulinho Ruben Berta. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou o transcurso dos aniversários da Vereadora
Juliana Brizola e do Vereador Waldir Canal, hoje, e da Vereadora Sofia Cavedon,
ontem, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de cartões de felicitações
a Suas Excelências. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o
Vereador Carlos Todeschini. A seguir, o Senhor Presidente informou ter sido
deliberado pelo Colégio de Líderes a alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores Mauro Zacher,
Fernanda Melchionna, esta em tempo cedido pelo Vereador Pedro Ruas, e Reginaldo
Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o Vereador Valter
Nagelstein. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Airto Ferronato.
Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se o Vereador Sebastião Melo. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Engenheiro Comassetto, Haroldo de
Souza, Mario Manfro, João Antonio Dib, Dr. Thiago Duarte e Alceu Brasinha. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 045, 122, 123 e 068/09, este discutido pelos
Vereadores Carlos Todeschini, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Ervino Besson,
074 e 103/09, discutidos pelo Vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei do
Executivo nº 018/09; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 013/09, discutido pelo Vereador Carlos Todeschini, e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 114/09, discutido pelo Vereador Adeli Sell. Às dezesseis horas e
cinquenta minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni Proença e secretariados pelo Vereador Nelcir
Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu queria
aproveitar para saudar todos os Srs. Vereadores e as Sras
Vereadoras, assim como todos os presentes neste retorno do recesso. Informo que
o Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo, encontra-se neste momento em
reunião no Ministério Público.
O primeiro Vereador inscrito é o Ver. Mario Manfro,
que cede seu tempo para mim. Solicito ao Ver. Toni Proença que assuma a
presidência dos trabalhos, para que eu possa fazer uso da palavra.
Passamos ao
(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver.
Mario Manfro.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras, eu quero saudar todos e todas neste início de
segundo semestre, agradecer ao Ver. Mario Manfro, que cede seu tempo para que
eu possa fazer uso deste tempo de Grande Expediente.
Colegas Vereadores, Vereadoras, muito tem-se falado
e muito tem sido alardeado sobre a chamada gripe A. Eu não sou um especialista
na área da saúde, muito menos na área médica - aqui nós temos pelo menos dois
médicos em Plenário. Na semana retrasada, vários Vereadores colocaram suas
preocupações com relação ao que deveríamos fazer na Cidade. Ato contínuo, nós
solicitamos ao Ambulatório Médico desta Casa que produzisse um documento
oficial claro, preciso, sem alardes do que as pessoas devem fazer. Foi feito e
enviado para as Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores, e fizemos uma
reunião com as Chefias de Gabinete. É verdade que nem todos estavam presentes,
mas a nota foi para todos os Vereadores, para que assim pudessem enviar por
seus e-mails uma nota oficial do Ambulatório Médico da Câmara, para que
não se fique reproduzindo aquilo que todo dia chega pela Internet e nem sempre
se sabe se as fontes são fidedignas ou não.
De quinta para sexta-feira, algumas pessoas nos
colocaram preocupações sobre o que deveríamos fazer neste início de semestre.
Na quinta-feira, ainda estava na Prefeitura, quando inicialmente
decidiu-se por manter o calendário, com as aulas reiniciando hoje. E, na última
hora, foi mudado esse calendário. Não vou discutir aqui, Ver. Dr. Thiago, quem
tem razão, mas eu quero colocar algumas preocupações. Pelo que se sabe, essa
gripe vem como uma verdadeira onda - Chile, Argentina, interior do Estado -, e,
como uma onda, está chegando à Região Metropolitana. Ela tem um tempo, segundo
me dizem, de maturação. O Estado e o Município deveriam ter se preparado mais e
melhor. Faça-se justiça, também, ao Secretário Osmar Terra, que, em muitos
momentos, foi claro e cauteloso, sem criar alardes. Mas, na minha opinião, nem
ele e nem o Secretário Municipal, o Dr. Eliseu, tomaram as medidas no momento
certo. O problema causa mortes, pelo levantamento que a gente vê na mídia,
normalmente em pessoas com grande vulnerabilidade social, com vulnerabilidade
de saúde. Portanto, como qualquer outra infecção, como qualquer outro vírus que
se espalha por aí, tem muito a ver com as condições de sanidade das cidades e
das comunidades. Assim, me parece que a principal preocupação hoje é de que as
pessoas tenham, Ver. DJ Cassiá, agasalho, casa para morar e alimentação. Essa
questão é prévia, ela antecede qualquer debate sobre os efeitos dessa gripe.
Colocada essa questão, eu gostaria de refletir com
as senhoras e com os senhores sobre outros problemas da cidade de Porto Alegre.
Eu vou pedir ao distinto Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte,
que, se pudesse, programasse - faço um pedido público, e depois o faço através
de um requerimento formal à sua Comissão, que tem sido diligente, tem ido às
comunidades, o próprio pessoal da Escola Técnica da Restinga que esteve na
Prefeitura na semana passada, fez menção à sua interlocução - uma visita às
escolas municipais, para fazermos um levantamento das suas precariedades:
escola sem bebedouro, escola com um bebedouro, escola sem as devidas condições
sanitárias, precariedade no pátio, goteiras, sem querer fazer disso uma disputa
sem fim e sem resolução, mas firme e decidida como devem fazer os Vereadores em
qualquer gestão, cautelosamente. E, hoje em dia, Verª Fernanda, nada melhor do
que a máquina fotográfica, que é simples, e aí os dados estão catalogados e são
precisos. Portanto, apelo ao Ver. DJ Cassiá para que faça, na sua Comissão, um
roteiro, comunicando todos os Vereadores - porque eu, por exemplo, não sou da
Comissão de Educação -, para que possam acompanhar esse processo. Eu acho que a
Câmara de Vereadores estaria dando uma grande contribuição à cidade de Porto
Alegre.
Quero também fazer uma referência ao trabalho
desenvolvido na CEFOR, da qual eu tenho uma certa saudade. Não que a Comissão
de Cidadania e Direitos Humanos, da qual faço parte hoje, não seja importante;
ela é muito importante.
O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Adeli, V. Exª levanta um tema importantíssimo,
porque a preocupação dos 36 Vereadores desta Casa, independente de bandeira
política, com certeza é a Educação. E a gente tem feito um trabalho na Comissão
de Educação sem bandeira política. V. Exª traz uma questão importantíssima
sobre um levantamento geral da situação das escolas municipais. Eu quero
adiantar a V. Exª - e não é em tom de brincadeira - que o seu pedido é uma
ordem. Pode ter certeza de que amanhã levarei este seu pedido à Comissão;
imediatamente iremos discutir, e a Casa terá um retorno rápido. Muito obrigado
pelo aparte.
O SR. ADELI SELL: Eu também gostaria de dizer que
uma das questões que não são atinentes a Porto Alegre, à Secretaria de Educação
do Município, mas ao Estado, é a falta de escolas noturnas de Ensino Médio.
Talvez essa seja uma outra pauta importante para esta Casa. Nós não temos
escolas noturnas que deem conta dessa situação na Lomba do Pinheiro, na Grande
Cruzeiro e no Eixo da Baltazar.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, quero reconhecer que, durante
seu pronunciamento, o senhor fala com muita cautela e moderação. Na semana
passada - não me recordo o nome do médico -, eu ouvi uma entrevista na Rádio
Gaúcha, de um especialista na área, quando lhe foi perguntado sobre o risco de,
nas escolas, os alunos comparecerem às aulas e sobre as aulas serem suspensas.
Ele disse que, no mínimo, os riscos seriam iguais. As crianças, na rua, também
estão sujeitas a serem contaminadas com esta gripe. E V. Exª está colocando o
assunto de forma muito clara. A gente ouve e lê tantas notícias que fica até
com dificuldades de formar uma opinião. Portanto, quero parabenizar V. Exª pelo
seu pronunciamento.
O SR. ADELI SELL: Obrigado. Ver. Airto Ferronato,
V. Exª que tem sido tão veemente, contundente na defesa do pequeno empreendedor
na Capital, acho que, neste segundo semestre, nós devemos nos debruçar sobre a
questão do Simples Nacional, do Simples Estadual, do Estatuto da Micro e
Pequena Empresa e sobre a questão da legislação municipal pertinente a esse
tema. Eu tenho convicção de que V. Exª, como Presidente da CEFOR, poderá dar
conta desse tema tão importante. Registro que, além do senhor, que preside essa
Comissão, há o meu colega e companheiro Ver. Mauro Pinheiro, que tem uma vasta
experiência nessa questão do empreendedorismo e do associativismo. Então,
acredito que esse seja um tema extremamente importante para a cidade de Porto
Alegre; creio que poderemos fazer grandes debates e ajudar na resolução dessas
questões.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Só uma pequena colaboração. Nós estamos na
Comissão de Finanças, e parece-me que amanhã é o prazo final de discussão do
Plano Plurianual. A partir de amanhã, quando encerrarmos o Plano Plurianual,
será possível começar uma discussão sobre o tema proposto, que é de uma
relevância especial para a cidade de Porto Alegre. Obrigado.
O SR. ADELI SELL: Obrigado. Gostaria de aproveitar
para colocar algumas questões que tenho ouvido e visto pela mídia local quando
se trata da Copa do Mundo de 2014. Parece-me muito preocupante, pois fala-se
muito, mas faz-se muito pouco. Como iremos receber aqui turistas, em qualquer
momento, com a falta de banheiros públicos que nós temos na Cidade? Que cidade
pode ser uma cidade turística com essa situação? Com as paradas de ônibus sem
nenhum roteiro, caídas, depredadas? Há dois anos estamos esperando, Ver.
Engenheiro Comassetto, uma licitação do mobiliário urbano. O que está
acontecendo que a Prefeitura tranca essa licitação? Eu gosto de citar o exemplo
aqui em frente à Câmara Municipal. As pessoas que trabalham aqui sabem muito bem
que ali havia uma parada, com banco, iluminação com publicidade - havia
iluminação, porque ela era paga pela publicidade. Por que motivos a Prefeitura
não faz uma licitação do mobiliário urbano na cidade de Porto Alegre? Essa
pergunta não quer calar. Como também eu insisto na questão da circulação
viária. Quando a Prefeitura vai se dignar a se reunir com a comunidade do
Cristal, da Grande Cruzeiro e da nossa querida Vila Tronco, para debater onde
ficarão as pessoas naquela carreira de casas que irão ser retiradas com a
ampliação da Cruzeiro do Sul e da Moab Caldas? Essas são as questões que eu
coloco aqui e que a Prefeitura não nos responde.
Quero também levantar a situação de abandono das
praças de Porto Alegre. É triste ver, principalmente quem mora no Centro, quem
circula no Centro, a situação da Praça da Alfândega. Tudo é desculpa agora de
que em breve, muito em breve, vão ser iniciadas as obras do Monumenta. Mas não
se tratam apenas das obras do Monumenta; trata-se do dia a dia, Ver. Líder do
Governo, Valter Nagelstein, do cuidado do cotidiano, como é o caso da Praça da
Matriz, e também sei que já foram adquiridas ou foi levada adiante a compra das
pedras portuguesas. No entanto, o cotidiano deixa muito a desejar. Eu não podia
deixar de falar de praças sem falar na Praça Berta Starosta, que divide o
bairro Bom Fim do bairro Rio Banco, uma praça completamente abandonada...
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, agradeço a V. Exª pelo aparte,
cumprimento-o e cumprimento todos os Vereadores pelo início do nosso segundo
semestre, retornando do recesso. Ainda com relação à primeira parte da sua
fala, quero reiterar o acerto da decisão de S. Exª o Prefeito José Fogaça, se
V. Exª me permitir. Nós estamos diante de uma nova doença, todos nós sabemos, é
incrível e alarmante que novas doenças têm surgido... Há pouco tempo havia aqui
no Rio Grande do Sul a febre amarela; neste ano nós tivemos o problema desta
moléstia. Agora nós temos essa pandemia da gripe suína; tínhamos antes a ameaça
da gripe aviária, e, Deus nos livre, Ver. Adeli, que alguma criança do nosso
Sistema Municipal de Ensino venha a adoecer e a ser vítima fatal dessa nova
enfermidade.
Portanto, quero cumprimentar, aproveitando que V.
Exª traz esse tema, o Prefeito José Fogaça pelo acerto dessa decisão... Nós
precisamos ter cautela neste momento e envidar todos os esforços para fazer o
máximo possível de prevenção no sentido de evitar que se alastre essa doença
que nós ainda não conhecemos na sua inteireza e na sua profundidade, nem suas
repercussões, causas e forma mais precisa de contágio. É isso, e agradeço-lhe
pelo aparte.
O SR. ADELI SELL: A serenidade é
fundamental neste momento, como também não fazer alardes e nem alarmes, e
muitas vezes a nossa própria imprensa não tem colaborado nesse sentido. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Solicito aos
Srs. Líderes que se aproximem da Mesa para definirmos a condução dos trabalhos
no dia de hoje. (Pausa.)
(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; público das galerias, público do Canal 16, hoje, Ver. Adeli,
seguindo o seu raciocínio, que falou muito sobre empreendedorismo, gostaria
também de continuar a falar sobre esse assunto tão importante para qualquer
cidade, Estado ou país. Como todos nós sabemos, Ver. Airto Ferronato, o
progresso da humanidade, das cavernas às torres de concreto, tem sido explicado
de diversas maneiras, mas tem sido central, praticamente em todas as teorias, o
papel do agente da mudança, a força que inicia e implementa o progresso
material. Hoje nós reconhecemos que o agente de mudança na história tem sido e
continuará sendo, cada vez mais, o empreendedor. E aqui, na Câmara de
Vereadores, sei que há vários Vereadores empreendedores, verdadeiros heróis no
nosso País, porque ser empreendedor num país como o Brasil é bastante difícil,
quando nós sabemos que 80% das micro, pequenas e médias empresas que abrem no
Brasil não duram cinco anos; apenas 20% dessas sobrevivem, Ver. Marcello
Chiodo, que é um empreendedor, um herói que consegue manter a sua empresa
aberta, gerando empregos. Nós sabemos, Ver. Marcello Chiodo, que é o pequeno
empreendedor que mais gera empregos. Pelo menos 70% dos empregos gerados no
nosso País são gerados pelas pequenas empresas, que são as maiores geradoras,
porque as grandes empresas, as multinacionais vivem muito mais do seu capital,
que faz com invistam muito em tecnologia, em sistemas avançados, diminuindo,
com isso, a geração de empregos. São necessários quase 400 mil reais, nessas
grandes empresas, para cada emprego ser gerado, enquanto que, na pequena
empresa, com 10 mil reais o pequeno empreendedor está gerando um emprego.
Portanto, o país que não tiver grandes empreendedores, pessoas dispostas a
administrar pequenas empresas para gerar empregos, está fadado a ter grandes
problemas. Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, sabemos que 99% das
empresas são pequenas, são empreendedores que estão lá trabalhando para gerar
empregos.
Mas, com tudo isso, aqui no Brasil, sabendo de
todas as dificuldades dos empreendedores, todas as dificuldades que eles têm
para gerar esses empregos, por todos os livros e teorias sobre
empreendedorismo, sabemos que ele é necessário para qualquer país poder crescer
e evoluir.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Mauro Pinheiro, nem tanto ao
mar, nem tanto a terra! Nós precisamos de todas: da grande, da pequena e da
microempresa, e, para isso, o País tem legislação. Agora, se nós fôssemos
depender apenas da pequena empresa, nós teríamos sérios problemas. Assim como
na agricultura: há a agricultura familiar e há em grande escala; isso faz com
que o mundo seja alimentado.
Então, há uma necessidade de organizar, sem dúvida
nenhuma, e proteger o pequeno empreendedor - e a lei faz isso.
O SR. MAURO PINHEIRO: Muito
obrigado, Ver. João Antonio Dib. Nós sabemos, Ver. João Antonio Dib, e até
gostaria de ler aqui, que os empreendedores são responsáveis pela criação de
novas empresas, a maioria de micro e pequeno porte, sendo que, nas economias
mais avançadas, elas representam 99% das empresas existentes. Estudos recentes
feitos pelo GEM, que é um organismo que avalia políticas de empreendedorismo,
apontaram que essas empresas são responsáveis por 83% do crescimento do PIB -
Produto Interno Bruto anual da União Europeia.
Mas tudo isso, Ver. João Antonio Dib, é para falar,
com muita indignação, do fato que está acontecendo aqui no nosso Estado do Rio
Grande do Sul, pois, sabendo-se que os médios, pequenos e microempreendedores
são as empresas que mais geram emprego, são as empresas necessárias para o
crescimento de qualquer país, aqui no nosso Estado, Ver. Carlos Todeschini,
acontece diferente: em vez de nós apoiarmos as pequenas empresas, criarmos
subsídios e darmos apoio para que elas possam gerar mais empregos e trazer o
crescimento ao nosso Estado, infelizmente não é isso que tem acontecido. No dia
20 de julho estive presente na Assembleia Legislativa e fiz a entrega de uma
carta ao Ministro Tarso Genro e ao Presidente Ivar Pavan, sobre um fato lamentável
que acontece no nosso Estado: ao invés de estarmos ajudando essas pequenas e
microempresas, prevalecendo-as, aqui está tudo ao contrário. Existe uma única
empresa no Estado do Rio Grande do Sul que está sendo beneficiada com um
recurso na Justiça, é uma das maiores empresas do mundo que faturou, no ano de
2008, 380 bilhões de dólares, sendo oito milhões e meio de dólares no Brasil: a
empresa Wal-Mart do Brasil. Essa Empresa, aqui no Estado do Rio Grande do Sul -
Srs. Vereadores, pasmem! -, está sendo beneficiada como a única que pode se
creditar do ICMS a substituição tributária, e, com isso, os cofres do nosso
Estado estão deixando de arrecadar mais de dois milhões de reais, Ver. João
Antonio Dib, mensalmente. Essa Empresa buscou na Justiça, desde o ano de 2003,
um benefício. É correto dizer que ela não está fazendo nada contra a lei, mas
não consigo entender, Ver. Ervino Besson, que é um defensor dos pequenos
comércios, por que somente uma empresa desse porte está sendo beneficiada - a
palavra correta é beneficiada - com o não pagamento de um tributo, o que todos
os outros já buscaram na Justiça e não levaram? Por que só ela? Por que só essa
Empresa detém esse benefício? Já foi transitado em julgado. O que nós fizemos,
como Presidente da Associação dos Minimercados de Porto Alegre, foi entregar um
documento ao Ministro da Justiça e ao Presidente da Assembleia Legislativa para
que se tomem as medidas cabíveis, para que cesse esse privilégio a essa grande
Empresa que está tendo um benefício pelo qual o Estado está deixando de
arrecadar mais de dois milhões de reais ao mês; e o Wal-Mart já se beneficia
com mais de cem milhões de reais nesses seis anos. O que nós queremos é que
esse benefício seja concedido a todas as empresas gaúchas ou que seja restabelecida
a livre concorrência, porque é isso que está previsto na nossa Carta Magna. Nós
não podemos ter uma única empresa tendo benefícios, pois, dessa forma, há
concorrência desleal de pequenos e médios comerciantes com uma grande e
poderosa empresa.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acompanhei com atenção o pronunciamento
de V. Exª, e, aliás, reitero o que foi dito dessa tribuna igualmente por V. Exª
durante o período de recesso, na Reunião Representativa. A substituição
tributária é um procedimento através do qual, na origem, a carga total do
tributo do ICMS é cobrada pelo Estado. Então, normalmente, na própria indústria
é feita a cobrança daquele ICMS que seria parcialmente cobrado ali, 17% em
alguns produtos, na maioria, e os 17% posteriores do varejo ou do atacado. Bem,
é cobrado tudo ali, e isso tem teoricamente uma grande vantagem para o fisco,
porque não precisa trabalhar depois na cobrança, fiscalizar, enfim. É claro que
a indústria, o setor primário, quando passa para o setor que vai comercializar,
acaba cobrando também esse valor e, no fim, quem paga sempre é o consumidor, em
qualquer hipótese é o consumidor. Então, o que V. Exª diz é correto: esse
episódio está ocorrendo em relação a uma grande empresa. O que me chama a
atenção é por que, segundo a denúncia de V. Exª, isso ocorre apenas em relação
ao Grupo Wal-Mart. Na verdade, esse procedimento de substituição tributária é
nefasto para o consumidor, é nefasto para o Rio Grande. V. Exª coloca que todos
teriam o mesmo direito, é verdade, tomara que não exerçam, e tomara que esses
que exercem deixem de exercê-lo. A substituição tributária só interessa a um
fisco preguiçoso, porque, para o consumidor final, o produto é aumentado, no
mínimo, no valor do novo ICMS - no mínimo! Então, veja bem, V. Exª está fazendo
a denúncia correta: há uma empresa com determinado privilégio. Esse privilégio
é muito ruim não só por ser privilégio, mas também no seu mérito, no seu
conteúdo. Então nós temos que debater este tema com bastante cuidado, com
bastante atenção, com bastante interesse, como faz V. Exª, e nós esperamos
contribuir nesse sentido.
O SR. MAURO PINHEIRO: Muito obrigado, Ver. Pedro Ruas. A minha preocupação é com a
concorrência desleal que se forma no mercado. Em primeiro lugar, porque essa
empresa já é uma grande empresa e não precisa de benefícios desse tipo. E com
todos esses privilégios, sabendo-se do grande potencial que essa empresa tem,
e, além disso, eles terem esse benefício, torna-se uma concorrência desleal. E,
num futuro bem próximo, o que poderemos ter é a falta de pequenas empresas no
nosso Estado. Elas vão quebrar, pois a concorrência com esse grande
empreendimento é muito desleal.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro, eu quero
parabenizá-lo pelo pronunciamento, e quero me somar ao seu pronunciamento, pois
eu, assim como V. Exª, temos uma grande penetração junto aos pequenos e médios
comerciantes de Porto Alegre. V. Exª está fazendo uma denúncia da qual eu não era
sabedor, e nós não podemos aceitar um benefício para uma grande empresa, um
grande grupo em detrimento de outros. Nós não podemos aceitar esse tipo de
procedimento, Vereador! Eu avalio essa denúncia que V. Exª traz a esta Casa
como algo de extrema gravidade! Alguém está sendo prejudicado com esse tipo de
incentivo a um determinado segmento, que é uma multinacional, pois como é que
ficam as nossas empresas, as empresas totalmente gaúchas? Não é justo
beneficiar grupos de fora em detrimento das nossas empresas, Vereador! Eu quero
parabenizar V. Exª por trazer este assunto a esta Casa. Muito Obrigado,
Vereador.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Muito obrigado pela sua contribuição, Ver. Ervino Besson. Eu tenho
certeza que não poderia ser diferente, ainda mais partindo da sua pessoa, que é
um defensor das micro e pequenas empresas do nosso Estado.
O Sr. Valter
Nagelstein: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro,
eu quero cumprimentá-lo; eu não sei se V. Exª sabe, mas eu trabalhei durante
muito tempo especificamente nessa questão de micro e pequenas empresas. Eu
gosto, tenho atenção especial com relação a este assunto. Eu só quero fazer um
alerta que entendo que serve a todos nós. Nós temos que ter cuidado - e eu
tenho certeza de que não é a sua intenção, nem o seu espírito - com a
xenofobia. Xenofobia é essa ojeriza com o capital que não seja daqui do Rio
Grande Sul. Em última análise, isso faz parte da própria questão do preconceito
que nós todos combatemos e devemos combater. E se nós não atentarmos para isso,
nós podemos ensejar que alguma empresa gaúcha, fora do Rio Grande do Sul,
também sofra discriminação e preconceito. Então, eu acho importante nós
lutarmos pelas nossas micro e pequenas empresas, mas sempre tendo muito
presente o limite do que é a defesa dos interesses da pequena e da micro
empresa e o que é a ojeriza ou a xenofobia em relação a empresas de outros
lugares, porque se nós tivermos essa virulência no que diz respeito a essas
empresas - e eu não estou dizendo que nós temos -, as nossa empresas, as
empresas gaúchas podem vir a sofrer fora do Rio Grande do Sul. Muito obrigado
pelo aparte.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Muito obrigado, Ver. Valter Nagelstein. Eu não sou contra o capital
internacional, não sou contra as grandes empresas, porque todo o pequeno e
médio empresário pensa em crescer e em um dia ser grande, e nós não podemos
tirar essa prerrogativa deles. Mas nós não podemos, também, privilegiar as
grandes empresas e multinacionais, principalmente de uma coisa que nós, gaúchos,
sabemos fazer muito bem, que é o comércio. Nós temos excelentes comércios aqui
no nosso Estado do Rio Grande do Sul, excelentes supermercados, excelentes
empresas, e nós temos que priorizar, sim, a manutenção dos nossos empregos e
dos nossos comércios. Temos que ter o cuidado para que, no mínimo, a
concorrência seja leal, e nesse caso a concorrência não está sendo leal, pois
essa Empresa está sendo beneficiada e privilegiada. Eu, como bom gaúcho, vou
estar sempre à frente da luta, defendendo as empresas da minha Porto Alegre, do
meu Rio Grande e do País.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Encerrado o Grande Expediente.
Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico:
Atas das 36ª, 37ª, 38ª, 39ª, 40ª, 41ª, 42ª, 43ª, 44ª, 45ª, 46ª, 47ª, 48ª, 49ª e
50ª Sessões Ordinárias e da 5ª Sessão Extraordinária. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha pelo
Canal 16 e pela Rádio Câmara, o que me traz a esta tribuna hoje,
lamentavelmente é um assunto muito grave. A Unidade Básica de Saúde do Conjunto
Residencial Rubem Berta já demanda a necessidade de vários médicos que se
exoneraram; está lá o quadro onde faltam muitos médicos, muitos. Acontece que
na semana retrasada duas pacientes, com uma criança, foram até a Unidade de
Saúde do Rubem Berta e chegaram já no encerramento do expediente, no
fechamento, quando a médica, a Drª Tânia, já estava de saída, então, elas não
foram atendidas. Essas duas senhoras agrediram essa médica, a qual, na
sua defesa, tentou sair, e quase não conseguiu. Ao trazer esse episódio, quero
fazer um apelo ao nosso Secretário da Saúde, Eliseu Santos, um homem sempre
preocupadíssimo com a Saúde do nosso povo da cidade de Porto Alegre, que sempre
demonstrou e fez por onde para termos uma Saúde de qualidade em Porto Alegre.
Eu quero dizer que, enquanto não existir um plano de carreira e de valorização
para os médicos, para o setor de atendimento à Saúde em Porto Alegre, nós vamos
ter, principalmente na periferia, médicos, técnicos se afastando, se exonerando
e saindo, não querendo estar na periferia. Nós precisamos valorizar o trabalho
médico, o trabalho das pessoas que trabalham com o atendimento à Saúde.
Uma Unidade de Saúde como a do Rubem Berta, que
atende mais de 50 mil pessoas, e não tem estrutura para isso, precisa, sim, de
mais estrutura, de mais empenho para que as pessoas tenham atendimento.
Enquanto não existir capacidade física de atendimento, quem vai realmente pagar
o preço pela falta de médicos que hoje enfrentamos na cidade de Porto Alegre,
vão ser os técnicos, as enfermeiras, os atendentes. Todos vão pagar esse preço,
e pagar um preço muito alto até em razão do que ganham.
Eu quero apelar ao Secretário que mande rever,
hoje, as questões da Saúde na Unidade Básica Rubem Berta para que os
funcionários possam trabalhar com tranquilidade. Temos praticamente uma
agressão diária lá, e o Secretário talvez não seja sabedor disso! Então, eu
apelo ao Secretário Eliseu Santos, meu amigo, pessoa voltada à Saúde, ao
atendimento, pessoa que sempre primou por isso: vamos repor, pelo menos em
parte, o que está faltando na Unidade de Saúde Rubem Berta! Essa é uma Unidade
que tem feito o maior esforço; conheço os profissionais de lá, convivo com
eles.
A valorização do médico fará com que este se
empenhe em trabalhar na rede básica, nas unidades de Saúde. Senão, na
periferia, nós estaremos “ferrados”. Não haverá outra forma! Qual o médico que
vai querer trabalhar pelo salário de hoje? Essa é a maior dificuldade. Tem que
ser revisto o atual Plano de Carreira. O valor pago mensalmente para médicos,
enfermeiros e demais funcionários da área da Saúde tem que ser revisto e
aumentado para que exista interesse desses profissionais em ir até a periferia.
A Drª Tânia se afastou da Unidade de Saúde, e
estamos para ficar sem médico, lá, Dr. Raul; isto é incrível! Cinquenta mil
pessoas vão ficar sem o atendimento noturno, porque não vamos ter um médico,
porque nenhum médico quer ser agredido, e não é culpa do médico nem do
paciente; é culpa da situação que vivemos hoje na Saúde, pela desvalorização do
médico.
Então, eu quero fazer este apelo ao Secretário: que
nos ajude, como sempre nos ajudou, e está ajudando, a construir mais uma
unidade básica de Saúde no Rubem Berta, junto com o ginásio esportivo. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Sebastião Melo assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero
agradecer ao Ver. Adeli, que conduziu os trabalhos até agora. Conforme ele
falou na abertura, eu estava representando a nossa Casa no Ministério Público
para a assinatura de um protocolo, pelo Ministério Público, para tratar da
questão da Copa de 2014.
Quero convidar a Verª Juliana Brizola, que é uma
das aniversariantes do dia, para receber o nosso carinho e o nosso aplauso pelo
seu aniversário. Queremos desejar-lhe muita saúde, Juliana!
(Procede-se à entrega de um cartão de aniversário.)
(Palmas.)
Também está de aniversário o Ver. Waldir Canal, que
ainda não está presente - quando ele chegar, nós vamos chamá-lo -, e esteve de
aniversário, na data de ontem, a nossa querida Vereadora Sofia Cavedon. Verª
Sofia, queremos entregar, em nome dos colegas, um cartão pelo seu aniversário.
(Procede-se à entrega do cartão de aniversário.)
(Palmas.)
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Vereador-Presidente,
Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, demais presentes, assistência da
TVCâmara, audiência da Rádio Web, o nosso abraço pelo retorno e pelo
acompanhamento que fazem desta Sessão.
Venho aqui, Presidente, Ver. Sebastião Melo, também
muito preocupado, porque acompanhei o seu trabalho, a sua função no papel de
Prefeito interino desta Capital durante a última semana, e, na terça-feira, eu
estava em um debate na Rádio Guaíba, em que V. Exª, em conjunto com o
Secretário da Saúde e com a Secretária da Educação, examinava as medidas que
iria tomar em relação à questão da volta às aulas. Antes até chegou a sair a
notícia de que as aulas seriam suspensas, mas, depois do debate, depois da
fiança que foi dada pelos Secretários da Saúde e da Educação, a decisão foi de
não suspender as aulas, porque os alunos ficariam mais protegidos, mais
amparadas, estando na escola, recebendo educação e tendo os cuidados que a
escola oferece.
Nós, inclusive, nos manifestamos solidários,
porque, se este é o entendimento do Governo, tem que ser o entendimento de
todos, uma vez que o assunto é sério e diz respeito à Saúde pública, diz
respeito a uma moléstia, uma doença nova que precisa de um tratamento que não
pode ser politizado, tem de ser sereno e responsável. Assim entendemos, Sr.
Presidente, que V. Exª foi sustentado por decisão técnica dos Secretários.
No entanto, nós fomos surpreendidos no fim de
semana, quando o nosso Prefeito José Fogaça reassumiu o Executivo, com a
mudança de 180 graus de direção da decisão tomada e orientada por V. Exª, com o
apoio dos Secretários, ou seja, agora a decisão não é mais de continuar com as
aulas, mas de suspendê-las por duas semanas. Isso deixou as pessoas perplexas,
deixou a Cidade apreensiva, deixou os pais e mães dos alunos baratinados,
porque, se a discussão foi muito sustentada e muito bem feita com a sua
Liderança, tendo sido tomada uma decisão firme, por que então, num final de
semana, acontece de os Secretários mudarem de direção, mudarem de decisão como
se muda da água para o vinho, ou seja, mudam 180 graus na direção tomada,
deixando todo mundo perplexo?
Então, eu quero dizer que é muito ruim esse tipo de
acontecimento, porque, Presidente Melo, quem garante que no dia 17 as coisas
estarão melhores do que estão hoje? E aquelas crianças que dependem da escola
para ter garantida a sua alimentação; não é nem uma, nem duas, Ver. Oliboni,
são milhares, são 50 mil a que essa medida atinge, e os pais, que não vão mudar,
que não vão deixar de ir trabalhar; quem é que vai cuidar dessas crianças? Por
que, então, não se estudou e não houve uma orientação para que ela pudesse se
manter mais serena, com uma medida talvez intermediária, Melo? Por exemplo, em
Uruguaiana, as aulas foram suspensas, mas as refeições continuam sendo
oferecidas pelas escolas, para que as crianças não tenham que sair na
adversidade do frio cedo, mas possam ir à escola fazer o lanche, fazer as
refeições que muitas vezes não têm em casa. Então, eu creio que as medidas não
podem ser tomadas assim.
Fomos solidários. Inclusive fiz uma manifestação no
programa Espaço Aberto, da Rádio Guaíba, dizendo que, se o nosso Prefeito em
exercício, Sebastião Melo, havia tomado a decisão, ele a deveria ter tomado com
bases fundamentadas, com bases discutidas, com orientação sólida. Mas agora, no
final de semana, da sexta-feira para o sábado, do sábado para o domingo, o
Prefeito retorna das férias e toma uma decisão exatamente oposta!
Então,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, educadores, Verª Sofia - a
senhora, que foi Secretária -, em vez de termos uma decisão que tranquilize,
que dê segurança para as comunidades, para os pais, para os estudantes, a
decisão é exatamente no sentido inverso: a apreensão se tornou muito maior, e a
dúvida aumentou em vez de diminuir.
Então, fica aqui a minha manifestação, porque acho
que as coisas não podem ser conduzidas dessa forma como foram conduzidas.
Lamentamos! Um abraço. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli,
quando na presidência dos trabalhos, comunicou-me que houve um acordo em função
de não haver priorização para a Ordem do Dia. Nós passaremos, então, para o
período de Comunicações. As Lideranças que ainda não utilizaram o seu tempo a
qualquer momento podem fazê-lo.
Quero convidar o Ver. Waldir Canal para também
receber aqui um singelo mas carinhoso cartão, em nome do todos os Vereadores,
pelo seu aniversário.
(Procede-se à entrega do cartão de aniversário.)
Passamos às
O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras;
saúdo, de maneira muito especial, as Vereadoras aniversariantes, Juliana e
Sofia; a nossa saudação também aos nossos colegas Vereadores, às senhoras e aos
senhores que nos acompanham pela TVCâmara, pela Rádio Web e nas galerias.
Reiniciamos os nossos trabalhos legislativos, embora esta Casa não tenha parado
nem sequer um dia no nosso recesso Parlamentar. Eu, em particular, acompanhei
diversas reuniões e atividades desta Casa. Nós, da Comissão do Plano Diretor,
que estamos debatendo sobre Modelo Espacial e Desenvolvimento Urbano, Ver.
Haroldo, tivemos permanentemente as nossas reuniões, tamanha a nossa responsabilidade
em assuntos pertinentes e com tempo esgotado. Nós temos o compromisso com a
nossa Cidade no sentido de votar a Revisão do Plano Diretor e devolver, ou
entregar, a ela um Plano revisado, pelo menos nas condições que nós imaginamos
que possa ser possível, embora a Cidade necessite de uma revisão muito mais
ampla, uma discussão mais ampla sobre os seus rumos. Não é só porque temos um
grande evento daqui a alguns anos - a Copa do Mundo -, mas devido aos grandes
gargalos que a Cidade tem é que nós temos que, sim, pensar o futuro desta
Cidade.
Tivemos a oportunidade de fazer um belo debate com
a Metroplan, em que trouxe - e eu deixo à disposição das Sras
Vereadoras e dos Srs. Vereadores - um planejamento de mobilidade integrada para
toda a Região Metropolitana envolvendo o Metrô, envolvendo hidrovias, ciclovias
e uma série de questões pertinentes à mobilidade da Cidade. Discutimos e
conhecemos, mais profundamente, o Aeromóvel, esse projeto que está a caminho de
interligar o Trensurb ao Aeroporto da Cidade; um bom projeto. Nós todos
conhecemos o Aeromóvel e nos perguntamos por que o Aeromóvel não foi possível
na nossa Cidade? Hoje há um consenso muito claro que esse deve ser um
transporte auxiliar e não um transporte de massa, mas foi um belo debate que
fizemos nesta Casa. Discutimos o trensurb, tivemos a oportunidade de conhecer a
linha da Copa, toda a linha circular do Metrô de Porto Alegre. Foi possível
conhecer, mais profundamente, mais tecnicamente as possibilidades reais de
termos, pelo menos, a linha da Copa, até a Copa de 2014. Ao mesmo tempo,
tivemos aqui a presença do Secretário Clóvis Magalhães, que nos honrou,
apresentando, em primeira mão, o projeto dos Portais da Cidade. Sabemos que
ainda temos que discutir muito a viabilidade, a integração dos Portais, mas já
sabemos, por ordem do Executivo, que o projeto está garantido - pelo menos os
seus recursos -, e que, a partir daí, possamos fazer uma ampla discussão. E, na
última quinta-feira, discutimos um bom projeto do Arquiteto Marcelo, da Secretaria
do Planejamento, que trouxe um projeto de urbanização de toda orla da nossa
Cidade. Um projeto que deve ser mais aprimorado no sentido da discussão, que
nós possamos fazer com que a Cidade conheça esse projeto e nós possamos,
através desse belo projeto, desse belo estudo que a Secretaria do Planejamento
nos trouxe e nos apresentou aqui nesta Casa, aquilo que nós desejamos para a
nossa orla. Que possamos discutir a orla como um todo e não apenas fragmentada,
como é o Projeto do Pontal do Estaleiro; que façamos uma bela discussão. Não
pode a orla ter a sua referência, o seu pólo de desenvolvimento como um
empreendimento.
Nós não só fizemos um belo debate, mas também eu e
a Verª Maria Celeste estamos propondo um seminário para discutir a orla no seu
todo, e que possamos vê-la revitalizada e com acesso público. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nelcir
Tessaro está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
O Ver. Nilo Santos está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, primeiro, quero saudar
todos vocês, todos nós, pela volta dos trabalhos legislativos, saudar os que
nos assistem pela TVCâmara e nos ouvem na Rádio Web.
O que nos traz, hoje, é um assunto de Saúde
pública, que é a gripe suína.
O Ver. Adeli Sell, no período de Grande Expediente,
trouxe algumas preocupações com relação à pandemia que tem assustado os gaúchos
e mostra as debilidades do sistema público de Saúde.
Digo isso, porque, de fato, a gripe suína que
começou no México, no Chile, com peso na Argentina, era esperada no Rio Grande
do Sul. Todos nós sabíamos, e os epidemiológicos também sabiam, que a gripe
chegaria com peso no nosso Estado, principalmente pela proximidade com a
fronteira, sobretudo pelas questões de Saúde pública. E o que vimos foi uma
lentidão, uma morosidade na resposta da Secretaria Estadual da Saúde, uma
demora, inclusive, do Ministério da Saúde, das Secretarias envolvidas nesse
tema tão importante.
Nós não podemos fechar os olhos para uma gripe que
já contaminou - e aí não é alarde, porque nós temos que debater como figuras
públicas, como Parlamentares, como Vereadores e Vereadoras desta Cidade, um
tema que tem preocupado todos os porto-alegrenses e todos os gaúchos -, 20 mil
pessoas; isso são os dados oficiais do nosso Estado. Vinte e cinco é o número
de óbitos de gaúchos, que perderam a vida por responsabilidade da gripe suína,
por responsabilidade de um vírus, é verdade, mas também do Poder Público, pela
demora e pela irresponsabilidade com que tem sido tratado esse tema. Era evidente
que essa gripe chegaria ao Rio Grande do Sul, porque nós estamos vendo que a
Secretaria Estadual de Saúde, agora, neste momento, diz que as cirurgias terão
que ser suspensas - aquelas que não são graves, para resolver o problema da
falta de leitos. Ora, muitas vezes uma cirurgia que não é grave, ao não ser
feita, se torna grave.
Até hoje continuam fechados 700 leitos do Hospital
da Ulbra, porque a Secretaria Estadual de Saúde, em parceria com o Município
não fez nada para municipalizar esses leitos do Hospital da Ulbra, que eram
fundamentais, tanto em Porto Alegre como em Canoas. Porque as pessoas, colegas
Vereadores, vão para as filas do Hospital de Clínicas, do Conceição, da Santa
Casa, nos hospitais das cidades da fronteira, aonde a gripe chegou com mais
força do que em Porto Alegre, e ficam esperando, muitas vezes até dez horas
para serem atendidas, com suspeita de gripe suína, e ficam lá, sem máscara,
sujeitando todos os outros que esperam, a serem contaminados pela gripe. Como
que esta gripe não vai se alastrar?
Foi feita uma medida preventiva de suspender as
aulas em função da grande aglomeração de estudantes, o que poderia levar a uma
maior disseminação da gripe.
Eu gostaria de dizer que é verdade que as escolas
são grandes focos de proliferação, mas não só as escolas, porque a criança que
não está na escola, vai continuar indo ao supermercado; a criança que não está
na escola vai continuar jogando bola na esquina, e também estará sujeita à
gripe. Nós estamos debatendo um problema de Saúde pública: medidas paliativas
para ter cautela, Dr. Raul, muitas vezes, fazem parte, mas não resolverão o
problema.
Nós estamos no meio do inverno, quando as pessoas
estão mais sujeitas a ficarem doentes, e muitas pessoas não têm agasalhos. Ao
não estarem agasalhadas, ficam mais sujeitas a pegarem a gripe. Muitas pessoas
não têm alimentos em casa, aliás, muitas crianças alimentam-se com a merenda
escolar e, em não indo à escola, estarão mais sujeitas à doença, porque, ao não
se alimentarem, estarão com a imunidade mais baixa.
O problema é que a Governadora Yeda me lembra a
Rainha Maria Antonieta, que dizia: “Se não têm pão, que comam brioches”.
Suspende as cirurgias que não envolvam riscos imediatos e simplesmente não se
faz nada; não se abrem as 700 vagas do SUS, não se contratam emergencialmente
médicos, enfermeiros. Nós precisamos de contrato emergencial para atender às
demandas de exames do interior do Estado para verificar se as pessoas estão ou
não contaminadas, porque isso demora horas. Até os exames laboratoriais, pela
grande procura, têm sido suspensos em função da sua demora. Portanto, nós
estamos diante de uma crise da Saúde pública, e nós estamos vendo que o Governo
mantém o mesmo Orçamento do ano passado, sem considerar a inflação no aumento
do preço dos medicamentos e demais itens, como luva, o álcool em gel para
prevenir a doença, mas sem levar em consideração que a população, os
porto-alegrenses, os gaúchos estão sujeitos a pegarem esta pandemia, e,
portanto, são necessários investimentos urgentes na Saúde pública do Município,
do Estado e respostas mais ágeis do Ministério da Saúde. Muito obrigada,
Vereadores.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nesta retomada plena
dos trabalhos Legislativos, e a expressão plena tem absoluta razão de ser
introduzida na minha saudação, na medida em que a Casa esteve funcionando
durante este chamado recesso Parlamentar em grande intensidade, especialmente
em função dos trabalhos da Comissão Especial de Revisão do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre, cujas Relatorias fizeram
várias tarefas durante este mês.
Eu venho à tribuna, Verª Fernanda, no momento em
que existe uma verdadeira comoção nacional com a história da nova gripe, que
ganhou até uma grife, sendo chamada de nova gripe; eu estou com a velha gripe,
quero deixar isto bem claro: eu não tenho nada a ver com a nova gripe. Eu não
posso ser comprometido com a renovação nem neste particular, à medida que a
minha idade não me autoriza a isto. Eu tenho alguns problemas que o inverno
agudiza, e tem razão a Verª Fernanda neste particular, de que este é um
período, aqui no Rio Grande do Sul, em que tradicionalmente se registra um
grande número de pessoas em estado gripal avançado com problemas que não podem
ser ignorados pura e simplesmente pelas autoridades, e que a vizinhança com a
Argentina e com o Uruguai - e lamentavelmente o Uruguai tem o maior percentual
de incidência dessa gripe que se conhece. Neste fato, num Estado como o Rio
Grande do Sul, onde a fronteira Brasil-Uruguai, na grande maioria da sua
extensão é sequer delimitada, dada a total confluência entre os dois países,
terem sido cogitadas algumas medidas preventivas em função dessa propalada nova
gripe, era algo que nós tínhamos o direito, nós contribuintes, de aguardar que
houvesse sido feito.
Lamentavelmente, o que se vê hoje, no Brasil, é uma
verdadeira histeria. As pessoas, primeiramente, foram estimuladas a não
acreditar que a coisa pudesse chegar ao País. Depois, que a coisa tinha chegado
de uma forma avassaladora. Eu acho que nem uma nem outra situação efetivamente
se realiza, porque, afinal de contas, garantir que não ia chegar ao Brasil era
um exagero da parte das autoridades sanitárias do País; dizer que ela chegou de
forma avassaladora é outro exagero, porque, ao que se sabe, nós temos o quê?
Cerca de uma centena, ou nem isso, de casos fatais num País de duzentos milhões
de habitantes. Dizer que isso é avassalador é um exagero! E o pior de tudo, é
que tudo isto se faz apoiado por um estardalhaço midiático que eu quero
entender que seja irresponsável nesta hora. Na medida em que dá uma dimensão
exagerada para um assunto, ignorando outras circunstâncias. Isso é uma
realidade no Município de Porto Alegre. Eu não conheço! Há algum caso aqui em
Porto Alegre desta nova gripe? Há Vereador? V. Exª que é um jovem, dinâmico e
brilhante Vereador.
O Sr. Mauro Zacher: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Quero reforçar as suas palavras, dizendo
que acho que é inevitável a chegada da gripe; não é? Ao mesmo tempo, a
Secretaria de Educação, através da Secretária Cleci Jurach, tomou as medidas
possíveis no momento, achando que deveria, de acordo com o que o senhor está
dizendo, manter as aulas, as nossas crianças estarão lá seguras, bem
alimentadas, mantendo a atividade normal.
Entretanto, foi criado um Comitê na Prefeitura que
entendeu que deveria ser transferido o início das aulas. Eu concordo com V.
Exª: acho que o alarde é muito pior. Eu tenho certeza de que as nossas
crianças, estando dentro das escolas, estarão melhor acobertadas, acolhidas.
Entretanto, esse Comitê, feito pela Secretaria da Saúde, entendeu assim, Ver.
Pujol, e, por isso, quero reforçar essa ideia e me somo com o seu pensamento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço o
aparte de V. Exª, e eu não estou querendo aqui debitar a nenhum Comitê ou a nenhum Secretário em especial do
Município, pois é o conjunto dessa situação que gera esta perplexidade que nós
todos estamos sentindo. Em verdade, isso põe a nu uma circunstância muito ruim
para a sociedade brasileira, de que lamentavelmente muitas crianças vão à
escola para comer, e que nesses 15 dias que vão ficar em casa, vão criar
problemas para os pais e não vão comer adequadamente, vão ficar sem a merenda.
Esse é um problema que não é de Porto Alegre, é um problema do País todo, mas
que, ao que eu sabia - e me falou isso o Ver. Sebastião Melo que se encontrava
na Prefeitura -, a ideia inicial da Secretaria de Educação era exatamente não
fazer esse prolongamento das férias, por reconhecer que a totalidade das
escolas do Município está na periferia da Cidade, onde a população de baixa
renda opta pela escola pública por necessidade, e essa merenda escolar, que às
vezes cria problemas, neste caso, representa uma solução concreta, porque
representa nutrição e alimentação para essas pessoas.
Eu acho, Ver. Haroldo de Souza, que tão grande
quanto o risco de essas crianças virem a ser contaminadas nas escolas - e é um
temor que nós precisamos ter, eu também já estou contaminado com a ideia de que
o risco é iminente - há o temor que essas crianças fiquem desnutridas. Então,
eu acho que é hora de a gente pensar com realidade e com realismo. A coisa não
é tão grande como propala a mídia, nem tampouco inexistente como alguns outros
falam. Cabe aos administradores e cabe a nós, legisladores, que temos
responsabilidade, procurarmos minimizar, no que for possível, as circunstâncias
de forma realística, encarando de frente o problema, não só na iminência do
risco, mas também diante da realidade social em que ele está inserido. Era
isto, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr. Valter
Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
senhoras e senhores, não há dúvida que o tema tratado pelo Ver. Pujol e pelo
Ver. Adeli, quiçá por outros Vereadores que nos sucederem nesta tribuna, é o
tema candente, é o tema do momento: a gripe A. Eu quero reafirmar aquilo que
disse num aparte à fala do Ver. Adeli: a todos cabe um pouco de razão. O Ver.
Pujol disse que há os efeitos nas crianças carentes, que muitas vezes têm na
alimentação que recebem nas escolas municipais a sua única fonte de caloria, de
proteínas, de carboidratos durante o dia; senão a única, certamente a
principal.
Por outro lado, a quem caberia - e Deus nos livre
(bate na madeira) - a responsabilidade se alguma das nossas crianças da rede
municipal viesse a adoecer e - volto a dizer, Deus nos livre - a morrer dessa
gripe que se apresenta como algo novo no nosso cenário? Estão aqui os nossos
médicos, Dr. Raul, Dr. Thiago, uníssonos, no sentido de que essa decisão que
foi tomada é a mais correta, a mais acertada: cautela, prudência, não há outra
atitude a tomarmos. Imaginem um homem público, da responsabilidade de um
Prefeito Municipal, se tivéssemos uma fatalidade dessas, o que não se diria do
Prefeito? Quando, por várias e várias instâncias se cancelam, se suspendem as
aulas, nós, aqui, resolvêssemos não fazer por outras questões, e aí, se temos
uma fatalidade dessas, o que acontece? Então, por favor, eu acho que nós podemos
ter divergências, cada um pode ter um pouco de razão, mas precisamos construir
consenso naquilo que é importante. Essa decisão foi a única que tínhamos para
tomar. É óbvio, e aí a responsabilidade é das famílias, que não podemos privar
as crianças de irem ao shopping, de a família ir ao supermercado, mas
cada um está assumindo o seu ônus, a sua responsabilidade. O que é nosso dever,
como orientação, Ver. Mauro Zacher - e à Secretaria Cleci Maria Jurach, os meus
cumprimentos -, é que as aulas serão suspensas nesse período, enquanto nós não
tivermos maiores informações desse quadro que é novo e que é assustador. Não
façamos alardes, não façamos falsos pânicos, mas é um quadro que merece toda a
prudência e toda a cautela.
Agora estamos caminhando para a conclusão do
relatório do Ver. Airto Ferronato sobre o Plano Plurianual. Quero relatar que
vários Vereadores participaram desse esforço no sentido de construirmos uma
possibilidade melhor do que aquela que estava apresentada: num primeiro
momento, foram apresentadas Emendas somando 70 milhões em recursos ao Plano
Plurianual de Porto Alegre. Obviamente que é impossível ao Governo atender a
todas as demandas de nossos Vereadores. Então, estamos construindo uma
alternativa dialogada, conversada, e quero me dirigir à oposição, pedindo que
ela faça um reconhecimento, pois o Governo está dando aos Vereadores,
especialmente aos Vereadores da Bancada do Partido dos Trabalhadores, algo que
nunca antes na história da nossa Capital houve - apropriando-me de uma frase do
Presidente Lula. Nós demos um aumento de 450.000%. Pois, para quem não tinha
nada e, hoje, dispõe de 450.000 reais, é por que teve um aumento de 450.000%.
Assim, os Vereadores poderão emendar 50.000 reais por ano. Para quem não tinha
nada, é um grande aumento; não é matemático. O Ver. Airto Ferronato me
observou, ele como Relator e eu como Líder do Governo - cada um cumprindo o seu
papel: “Valter, não é matemático”. Não, não é! E ao Secretário Ilmo, do
Gabinete de Programação Orçamentária, também, é forçoso, é justo fazer esse
reconhecimento. Nós estamos fazendo esse gesto de concessão, que o Prefeito
Fogaça, que a nossa Administração faz em direção aos Vereadores da base do
Governo e aos de oposição, enfim, a todos os Edis desta Câmara, que representam
o povo de Porto Alegre. É hora de nós acabarmos com aquele falso dilema, aquele
falso antagonismo: Orçamento Participativo e Democracia Representativa, cada um
de nós cumpre a sua função, cada um de nós é importante na representação dos
anseios e das expectativas do povo da nossa Cidade e é para isso também que nós
fomos eleitos. E aí está o reconhecimento do nosso Governo.
Então, quero agradecer ao Ver. Airto Ferronato pelo
esforço que está fazendo, no sentido de nós construirmos esse meio-termo, de
nós fazermos um Plano Plurianual onde vão ser atendidas às demandas e às
expectativas, em parte, porque tem colegas Vereadores que propuseram mais de
sete milhões de reais no Orçamento, e isso, obviamente, não é possível.
Então, nós estamos fazendo um esforço, Sr. Presidente,
e quero agradecer aqui à Prefeitura Municipal, quero agradecer ao Prefeito José
Fogaça, pela sua disposição; quero agradecer ao Secretário Ilmo, do Gabinete de
Programação Orçamentária, e, muito especialmente, agradecer ao Ver. Ferronato
pelo esforço que está fazendo no sentido de nós construirmos, Ver. Pulinho
Ruben Berta, esse grande consenso para que os Vereadores também tenham a
oportunidade de olhar para as suas comunidades e atender, por pequenas que
sejam, a algumas demandas importantes e que fazem parte dos compromissos
assumidos por cada um dos Vereadores durante a sua caminhada política. Então,
Sr. Presidente, eu agradeço muito. Eu convido a todos os Vereadores a
participarem da reunião da CEFOR, amanhã, que vai definir a questão das Emendas,
porque nesta semana nós vamos ainda estar debruçados, Ver. Mario Manfro, sobre
a questão da votação do nosso Plano Plurianual. Muito obrigado, Sr. Presidente
e Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu quero convidar
os meus colegas que estão nos gabinetes a dirigir-se ao Plenário, pois, após a
fala da última liderança, eu tenho o dever de falar sobre a matéria tão instada
pelos colegas Vereadores, uma matéria muito importante para a nossa Cidade, e,
já que eu estava respondendo pela Prefeitura, eu quero dizer o que aconteceu
lá. Não quero e não vou fazer disso nenhuma polêmica, mas tenho o dever de
informar à Casa a ritualística desse processo. Então, quero convidar os colegas
Vereadores a virem ao Plenário.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores,
nosso pessoal da imprensa aqui presente; nossos visitantes ilustres;
telespectadores e ouvintes das nossas emissoras aqui da Câmara, no mês de julho
eu estive debruçado sobre duas tarefas que eu reputo da maior relevância. Em
primeiro lugar, até o dia 15, relatei o Plano Diretor de Porto Alegre no que
diz respeito ao Centro da Cidade, ao Cais do Porto. Do dia 15 até o dia 30,
relatei o Plano Plurianual para a cidade de Porto Alegre para os próximos
quatro anos. Sobre essa tarefa me debrucei com toda a dedicação que o tema
merece: o Plano Plurianual do Governo do Prefeito José Fogaça para os próximos
quatro anos. É um Plano que propõe gastos na ordem de 15 bilhões de reais. A
partir do ingresso deste Plano aqui na Câmara, nós tivemos 103 Emendas
apresentadas. Eu falei, na metade do mês, que tínhamos um problema técnico
insuperável que era a questão do valor retirado das verbas de contingência a
mais do valor proposto pelo Governo. Ora, se o Prefeito propõe reserva de 100,
e se propõe retirar dali, pelas Emendas, 110, é impossível, porque o Orçamento
não pode ficar com valor negativo. Nenhuma Emenda dessas foi reformada pelo
Vereador titular da Emenda.
Fizemos um esforço - e aí eu gostaria de alertar o
nosso Líder do Governo e também os Vereadores da base do Governo e da oposição
-, no sentido de fazer com que esse Plano seja efetivamente uma direção daquilo
que a cidade de Porto Alegre quer e almeja para os próximos quatro anos.
Primeiramente, muito centrado na proposta do Governo, a do Prefeito eleito pela
maioria dos cidadãos de Porto Alegre, e que a ele cabe a iniciativa de trazer
até a Câmara Municipal esse documento, com toda a seriedade que o tema requer.
Eu quero dizer, mais uma vez, que me debrucei sobre as Emendas, e somente duas
ou três apresentam recursos na ordem de 50 mil reais, como foi mais ou menos
discutido pela base.
Para concluir, meu caro Vereador, o que nós
fizemos, então? Nós tentamos aprovar Emendas que, na verdade, representem o
Plano encaminhado pelo Prefeito, que tenham uma representatividade e que sejam
a manifestação também dos Vereadores de Porto Alegre, meu caro Ver. Paulinho
Ruben Berta; também dos Vereadores de Porto Alegre! E foi a partir dessa visão
de que o Plano é do Executivo, mas é o Legislativo que analisa, discute,
emenda, vota e aprova - porque vamos aprovar -, a orientação que seguimos.
Haveria mais coisas para dizer, mas amanhã pela
manhã, às 10h, nós teremos uma importante reunião na Comissão de Finanças, onde
vou apresentar o Relatório. E até amanhã de manhã, nós podemos modificar alguma
coisa, se compreendermos possível, inclusive em termos legais. Mas tenham a
certeza, nobre Líder do Governo e nosso Prefeito José Fogaça, o que se fez foi
tentar buscar o melhor em termos de consolidação: Executivo Municipal da cidade
de Porto Alegre com a manifestação também da vontade dos Vereadores. É isso,
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido o Ver.
Adeli Sell a assumir os trabalhos para que eu possa fazer um breve relato da
tribuna da Casa.
(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra em Tempo de Presidente.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado
Presidente, Ver. Adeli, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, nossos
visitantes, frente às manifestações de vários colegas Vereadores, e
especialmente pela complexidade do tema, eu me senti no dever de vir a esta
tribuna para fazer um breve relato sobre essa questão da prorrogação das férias
escolares.
A primeira questão é que qualquer um que assuma um
cargo na interinidade deve ter extrema cautela e decidir apenas aquilo que
estritamente deva decidir, porque o Prefeito desta Cidade, eleito pela vontade
do povo de Porto Alegre, é o Sr. José Fogaça. Nas vezes em que assumi a
Prefeitura - esta foi a terceira vez em que assumi a Prefeitura - eu agi assim,
e se assumir outras vezes, também vou conduzir dessa forma, da mesma forma que
eu conduzo esta Casa. Os senhores sabem que eu não tomo nenhuma decisão
pessoal, imperial; eu consulto sempre as Bancadas. Divido com todos a
responsabilidade de governar a Casa, e não foi diferente na interinidade.
O Governo do Estado, sem consultar a Prefeitura de
Porto Alegre - e creio que não consultou nenhuma outra Prefeitura do Rio Grande
do Sul -, tomou a medida de prorrogar as férias escolares, medida que foi
tomada pelo Governo do Estado, suponho que pela Srª Governadora. Quando isso
aconteceu, imediatamente após o anúncio no rádio, a imprensa toda veio para o
Paço Municipal. Eu liguei para os dois Secretários, o Dr. Eliseu Santos e a
Secretária Cleci, e pedi que eles viessem à Prefeitura para que pudéssemos
conversar sobre a matéria. A Professora Cleci, de imediato, veio à Prefeitura;
o Dr. Eliseu disse que não poderia, mas conversamos longamente pelo telefone.
Depois, quando chegou a Professora Cleci, eu ainda fiz uma segunda ligação, e o
Secretário da Saúde fez uma sustentação de que a clientela da nossa Cidade é
muito diferenciada da do Governo do Estado, e que ele tinha todas as razões
para que a Prefeitura não tomasse a decisão de acompanhar o Governo do Estado.
Veio a Professora Cleci, que, diga-se de passagem, é uma grande Secretária, e
disse: “Prefeito em exercício, nós temos 12 mil crianças das redes das creches
conveniadas, temos mais cinco mil do Infantil, que não é conveniado - estas não
têm férias, não existem férias para estas, e elas continuam lá. Portanto, esta
é uma razão pela qual entendo que não dá para acompanhar. Argumento número
dois: a nossa clientela é muito vulnerável na sua grande maioria, pois são as
das escolas periféricas da Cidade, crianças que almoçam no colégio, muitas
jantam no colégio. E muitos, quase que a maioria desses alunos, possuem também
a figura do chamado contraturno, ou seja, estudam de manhã e ficam à tarde, ou
o contrário”.
Eu me lembro de que a discussão continuou, e ela
disse: “Olha, a escola tem um papel muito social. E, neste momento, por esse
papel social, no nosso entendimento, não precisaria suspender”.
O que eu fiz? Na verdade, eu acolhi uma posição dos
dois Secretários, do Secretário Eliseu e da Secretária Cleci.
Bom, o Prefeito voltou, e essa decisão foi mudada,
com legitimidade - eu não questiono, eu não discuto isso; pelo contrário, o
Prefeito da Cidade é o Sr. José Fogaça. O que estranho é que a Secretaria da
Saúde, que orientou o Prefeito interino a tomar uma decisão, é a mesma
Secretaria que orientou o Prefeito a mudar de decisão. Pelo que eu sei, não foi
o Secretário Eliseu, mas foi aquele que está ao lado dele.
Então, eu só quero fazer este relato para dizer
que, quando tomei a decisão - se vocês olharem, talvez haja um jornal que tenha
noticiado isso - eu disse: “Por ora, eu acolho a decisão do Governo, dos
Secretários do Governo”. E o Prefeito chegou e mudou. Então, cada um fez o seu
papel.
Este tema é tão delicado, tão delicado, tão
delicado, que eu compreendi, pelas manifestações feitas aqui, que não dá para
nós fazermos disso uma disputa política; não posso permitir isso. Não dá para
fazer isso! Por quê? Porque o assunto é muito delicado; estamos tratando com a
vida das pessoas, e, portanto, eu respeito profundamente, porque - e alguém
disse, o Líder do Governo falou sobre isso - criou-se uma coisa de cima para
baixo, e, daqui a pouco, se o Prefeito não acompanha e acontece uma tragédia,
essa tragédia toda é responsabilidade do Prefeito. Então, é muito complicado, é
muito delicado, extremamente delicado!
Agora, eu quero deixar algumas interrogações para
reflexões coletivas. Disse-me alguém da presidência há pouco, que o Shopping Praia de Belas nunca esteve tão lotado
como hoje. Dizem que há filas e filas nos brinquedos. Então, eu suspendi as
aulas dos colégios particulares para as crianças irem ao Praia de Belas, para o
BarraShoppingSul ou para outros shoppings?
Essa é a melhor solução? E nós vamos suspender o show do Roberto Carlos, os jogos do Internacional e do Grêmio?
Então, esta matéria é muito complExª Portanto, eu
tomei a decisão naquele momento, com a responsabilidade que eu tinha,
acompanhando o parecer dos dois Secretários, mas eu não quero, não permito, não
farei... Porque, na verdade, na verdade, das poucas coisas que eu tinha que
decidir naquele momento eu tinha que opinar, e opinei. Mas respeito
profundamente a decisão do Prefeito Fogaça; profundamente! Ele deve ter tido
razões, assim como eu tive razões para decidir da forma que decidi, porque entendi
que o que o Secretário da Saúde estava falando pela Secretaria, assim como
entendi que a Secretária... Pois bem, não cabe mais discutir esta matéria. A
decisão está tomada, todos vamos nos somar e ajudar que a Cidade tenha uma
saída digna no sentido de que todos nós estejamos preparados, e o Poder
Legislativo vai dar a sua contribuição. Era este o esclarecimento que eu queria
fazer. Agradeço a todos os senhores pela atenção. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço ao Ver. Adeli Sell.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Prezado Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo;
colegas Vereadores, colegas Vereadoras, em nome da nossa Bancada, a Bancada do
Partido dos Trabalhadores, gostaria de cumprimentar o Ver. Sebastião Melo pela
postura que teve em dialogar sobre o tema e em querer encontrar uma solução.
Sr. Presidente, o nosso prezado Prefeito da cidade
vizinha Canoas, o Sr. Jairo Jorge, manteve as aulas, mas contratou uma equipe
de epidemiologistas para cada escola para acompanhar e verificar qualquer
problema que esteja ocorrendo. Cada cidade toma as suas decisões, e achei que
esta é uma medida muito inteligente, porque não suspende as aulas, mas, ao
mesmo tempo, assume uma postura pública de alerta.
Em contrapartida, a Governadora do Estado do Rio
Grande do Sul tomou uma medida que certamente não é uma das mais sábias a
respeito da estrutura hospitalar, tomando por base o problema da gripe A, que
foi a de suspender as cirurgias que estavam marcadas pelo Sistema Único de
Saúde no Rio Grande do Sul, com a intenção de abrir mais 1.400 vagas de
emergência nos hospitais.
Ver. Dr. Raul, Ver. Dr. Manfro, Ver. Dr. Thiago
Duarte, demais profissionais da Medicina que nos ouvem, demais Legisladores
desta Casa, não dá para com um cobertor curto cobrir uns e descobrir outros.
Uma pessoa que busca uma cirurgia no SUS - todos aqui sabemos - espera meses,
anos numa fila para fazer a sua cirurgia nas diversas categorias de doenças.
Então, suspender as cirurgias do SUS não vai resolver o problema da Saúde. O
que a Governadora teria que buscar era destinar mais recursos, inclusive buscar
aliados na Brigada Militar, no Exército, colocar as estruturas dos hospitais de
campanha para fazer a triagem desses casos que se identificam com os sintomas
da gripe A.
Por falar nisso, esta Casa, a nossa Bancada, e
certamente os 36 Vereadores voltamos a cobrar da Governadora, que deve para
Porto Alegre mais de 43 milhões de reais do repasse constitucional da Saúde, e
que não faz este pagamento, para que possamos aplicar na Saúde pública de Porto
Alegre.
Além do mais, colegas Vereadores, onde está situada
a maioria desses leitos? Na Capital. Portanto, essa medida incide diretamente
na Saúde pública aqui do Município de Porto Alegre. É para todo o Rio Grande do
Sul, mas a maior abrangência é nossa, aqui.
Portanto, quero aqui fazer um registro, em nome da
nossa Bancada, de que a Governadora, com o problema da gripe A, toma uma medida
que não é inteligente e nem eficaz, porque precisamos, sim, é fazer
contratações emergenciais de médicos e de equipes de Saúde, destinar equipes de
epidemiologistas para atender em locais públicos, de grande acessibilidade,
para que estejam alertas.
Essa
medida de suspender as cirurgias do SUS - Sistema Único de Saúde -, de recurso
público repassado em dia inclusive para esta Cidade pelo Governo Federal, e a
Governadora devendo recurso para o Município, não paga, e ainda toma uma medida
em nome desse problema que é a gripe A? Por isto dizemos que a Saúde é um dos
grandes problemas estruturais do Rio Grande do Sul, e não é uma medida como
esta que vai solucionar nem a gripe A e nem o problema das cirurgias. O que se
precisa é de uma medida emergencial no Estado e alocar mais recursos, recursos
esses que estão sendo destinados para outras finalidades, inclusive de
subsídios para muitos que não necessitam, o que não é este caso, pois este é um
caso emergencial, e que se dê apoio aos profissionais da Saúde. Nesse sentido,
cumprimento a posição do Sindicato Médico do Estado do Rio Grande do Sul, que
não concorda com a Governadora, e foi a público dizer que esta medida não
resolve, e cria mais problemas àqueles que estão há muitos anos na fila,
esperando pela sua cirurgia; muitos não conseguem nem fazê-la, porque o tempo
os leva antes que essa intervenção médica lhes seja concedida. Um grande
abraço, e muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA:
Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, amigos que aqui se encontram nos acompanhando, demais ouvintes da
Rádio Web e assistentes da TVCâmara, depois de oito anos eu fiz um recesso
diferenciado, Ver. João Dib. Realmente eu fiz o recesso; não apareci aqui. Quer
dizer, apareci, mas não trabalhei. Fiz uso, realmente, desses dias que eram para
descansar, principalmente para a gente fugir um pouquinho do estresse, pois
esta Casa nos dá estresse, dá estresse para todo o mundo, a sociedade está
estressada, Ver. Mauro Zacher.
Como é que eu posso falar da gripe A, eu sou um
simples ex-caminhoneiro? Mas estou vendo que todo o mundo sobe aqui e, sem ter
diploma de Medicina, está deitando e rolando em cima da gripe A. Eu acho que
deveria ser competência dos médicos da Casa virem falar sobre isso, mas já que
eu também posso colocar um pouquinho a minha palavra no meio, eu diria que todo
cuidado é pouco. Eu estou amedrontado, porque sou do time de risco dessa
epidemia, se ela me pegar, pois tenho asma desde um ano de vida - são 64 anos
de asma -, e, segundo me dizem, o setor respiratório é o problema maior - e é
claro que é - na propalada gripe; mas a gente está se cuidando.
Eu liguei para o Dr. Roque Aloe, um
otorrinolaringologista muito conceituado, que acompanha os nossos trabalhos.
Ele me disse: “Haroldo, a decisão do Prefeito Fogaça é válida, sim, e se
deveria até aumentar um pouco mais o recesso, porque o pico ainda nem chegou”.
Eu perguntei ao Dr. Roque: “Como assim?” Ele disse: “Olha, o que está vindo por
aí não é para amedrontar as pessoas, mas é uma situação realmente delicada, é
preciso tomar cuidado”. Isso me disse o meu amigo Dr. Roque Renato Aloe. Eu me
viro para o Dr. Raul, companheiro de Bancada e de assento aqui nesta Casa, e
ele me diz: “Haroldo, de cada dez pessoas que eu atendo, sete estão gripadas”.
Aí a Verª Fernanda Melchionna pergunta, na conversa: “Todos com a gripe A?”
Como saber?
O Líder do Governo, Valter Nagelstein, que estava
ao meu lado, disse que houve um caso em que um cidadão de manhã fez uma
radiografia dos pulmões e disseram: “tudo bem, vai para casa”. Foi para casa, à
tarde começou a sentir-se mal, voltou lá, estava com o problema; estava com a
gripe A em cima do pulmão. Morreu no dia seguinte. Então, o negócio é sério! É
muito sério!
Mas não sendo médico, eu não posso colocar opiniões
a respeito de Medicina. Agora, acho que a decisão do Prefeito foi tremendamente
válida. Se é para evitar, eu prefiro que a criança fique sem comer, sem o rango
que recebe, mas preserve a sua vida; eu acho que a vida está em primeiro lugar,
antes mesmo da principal alimentação que muitas crianças recebem da rede
municipal de ensino. Eu prefiro a saúde; acho que a saúde está em primeiro
lugar. Vamos trocar: eu acho que até o dia 17 a gente já pode ter uma noção,
mas, se preciso for, quantas vezes param as aulas por greve dos marmanjos? Por quanto
tempo, às vezes, as crianças ficam sem aulas, porque os professores estão em
greve? Aí pode? Então, que agora, seja extensivo - é um pedido que faz o Dr.
Raul, que é médico, é ele que pode falar, não eu - às creches. Como não? Se é
onde há aglomeração de pessoas que a contaminação se prolifera, imaginem 50
crianças numa sala de creche! Uma espirra, se estiver com um probleminha, vai
pegar em todas as outras pessoinhas que estariam por lá. Então, esse negócio de
escola, de aula, vamos deixar lá para frente e vamos cuidar, sim, desse
problema da respiração e da gripe A, que não é brincadeira não!
Eu queria registrar que a EPTC colocou um semáforo
para pedestres na esquina da Rua da Praia com a Rua Caldas Júnior, atendendo a
um pedido nosso.
Eu teria para hoje o assunto sobre Brigada Militar.
E vou começar a trabalhar em cima disso, porque o salário inicial de um soldado
da Brigada Militar é de 796 reais; um coronel ganha 5 mil 874 reais; um
tenente-coronel ganha 5 mil 570 reais. O major - e tem muito major por aí que
se aposenta, arruma uma “mutreta” na Brigada Militar e vem trabalhar em
gabinetes de Câmara Municipal e de Assembleia Legislativa e outras “coisitas”
mais, meu caro Ver. Reginaldo Pujol - ganha cinco mil reais, ainda arruma mais
um biquinho por fora, porque, se está afastado por problema de saúde, tem que
ficar em casa e não continuar trabalhando, ou então volta para a caserna. Mas
eu disse aqui que um coronel ganha 5 mil 874 reais, para dizer que aquele que
vai para a linha de tiro, onde tem a “confa”, onde tem que encarar o sangue
ruim, esse recebe 796 reais, e é o mais baixo dos salários das Brigadas do
País. O Distrito Federal paga 4 mil 142 reais; Goiás paga 2 mil 722 reais, e os
Estados que pagam menos são o Rio de Janeiro, 818 reais de salário, e o Rio
Grande do Sul, 796 reais. Isso precisa ser revisto, ou, então, vamos colocar
também, com todo o respeito - e eu tenho muitos amigos coronéis - vocês na
linha de frente. Porque, quer moleza, meu, para ganhar 5 mil tem que ir, e os
que ganham 796 reais que fiquem em casa. Essa é a minha opinião. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Mario
Manfro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARIO MANFRO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadores, eu também vou
manifestar-me a respeito da gripe A; não sou médico, sou Cirurgião-Dentista.
Entre os médicos que contatei, notei que não há unanimidade em relação à medida
tomada pela Prefeitura e pelo Governo do Estado no que diz respeito ao adiamento
das aulas. Acho realmente que o assunto é controverso, e me valho, inclusive,
do que traz o jornal Zero Hora de hoje: o que é exagero, o que é prudente e o
que é controverso. O adiamento das aulas é um dos temas mais controversos. A
maioria dos infectologistas defende que o adiamento da volta às aulas vai
apenas retardar a propagação do vírus. Vejam bem: a maioria dos
infectologistas, pessoas que têm especialização como infectologistas, nem eles
são unânimes. Então, isso deixa bem claro que é realmente um tema polêmico. Eu
só não concordo quando, até numa calamidade, até numa pandemia, nós tentamos
fazer política. Eu cheguei a me assustar quando começaram a falar em Governo de
Estado, pensei que iriam dizer que a Governadora Yeda era a culpada pela gripe.
Eu achei que era por aí.
A
Verª Fernanda foi muito correta, ela foi clara quando disse que foram suspensas
as cirurgias eletivas. Agora, não agiu dessa forma o Ver. Tessaro, quando disse
que foram suspensas as cirurgias. Não vamos fazer política em cima disso, minha
gente! Isso é preocupante! O tema é saúde, são vidas! Então, não vamos
politizar isso também!
Eu gostaria de deixar uma sugestão à presidência,
para, quem sabe, na próxima quinta-feira - é um tema tão atual, hoje estamos
falando praticamente só nisso -, nós trouxéssemos um, dois, três
infectologistas, para falar sobre o assunto, com propriedade. O meu colega, o
Ver. Dr. Thiago, diz que conhece um infectologista que, sem dúvida nenhuma,
compareceria aqui para nos trazer esclarecimentos, porque acho que nós não
podemos divagar, nem fazer política e, muito menos, politicagem em cima de um
caso tão grave quanto esta pandemia. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, antes de mais nada, desejo dizer que se estivesse no lugar do Ver.
Sebastião Melo, eu tomaria exatamente a mesma providência que ele tomou, pois a
considero absolutamente correta, até porque há uma divergência entre os
médicos: eles não se acertam. Mas há uma coisa que é certa, eu fui Prefeito
desta Cidade e fiz com que as escolas, no período de férias, mantivessem
atividades para os alunos comparecerem, porque lá havia uma coisa preciosa que
se chamava merenda, que faz parte da vida e da saúde de cada um deles. Não sei
se não se alimentar bem ou permanecer em grupo, qual das duas coisas seria pior
para se adquirir uma gripe.
Eu já estou aborrecido, eu já estou cansado, porque
todas as vezes o PT vai à tribuna e diz que a Governadora - para a qual quero
desejar feliz aniversário, que ela tenha muita saúde, muita paz, e continue
tendo a mesma energia e capacidade que ela tem - deve dinheiro da Saúde para o
Município. É verdade que o Estado deve para o Município, mas também é verdade
que esse dinheiro que o Estado deve para o Município foi julgado na Justiça, e
o condenado foi o Sr. Olívio Dutra! Não foi ela quem fez essa dívida! Eu até acredito
que ela esteja repassando, porque, pelo que sei, os Prefeitos estão satisfeitos
com ela, e não estou defendendo a Administração dela, só estou admirando uma
mulher que trabalha sob uma tensão extraordinária. Isso me faz lembrar uma
frase que eu já li aqui do Li Wu Tang, que dizia que se dessem às
mulheres as mesmas oportunidades que foram dadas aos homens ao longo dos
tempos, provavelmente o mundo seria melhor. Elas talvez cometessem os mesmos
erros, mas teriam mais sensibilidade. Agora, parece que ninguém tem
sensibilidade com a Governadora, ela não tem um dia de descanso, sempre tem
alguma coisa para fazer, para dizer em relação a ela.
Eu afirmo que a dívida começou com S. Exª, o Sr.
Olívio Dutra, que foi condenado na Justiça a pagar a dívida, que continuou com
o Dr. Germano Rigotto, e que também não pagou. Então, não digam que a
Governadora deve. Agora, eu também afirmo que, desde que o Lula assumiu a
Presidência, Porto Alegre recebe menos dinheiro para Saúde, e eu afirmo com
números, eu não invento. Eu sei que Fernando Henrique Cardoso, no último ano de
Governo, mandou para Porto Alegre 307 milhões de reais, e esses 307 milhões,
nominais, só foram atingidos pelas remessas de S. Exª, o Dr. Lula - que dá
dinheiro para a Colômbia, para países africanos, para a Venezuela, e, agora,
para o Paraguai -, em 2007, aí Porto Alegre recebeu 325 milhões de reais. Eu
quero ser contestado, com números, com dados, não é com fala, ou meia fala, tem
que ser fala inteira; eu quero ser contestado!
A maior imoralidade que há na Câmara Federal é não
ter sido votado a Emenda nº 29 da Constituição, que deveria regulamentar os
recursos da União para Saúde. E o Lula foi quem impediu a votação no ano
passado, a Bancada de apoio de sustentação do Governo foi quem impediu; queriam
votar em seguida, depois das eleições, não votaram! Não votaram nem falaram
nela este ano. É a imoralidade das imoralidades. Nós falamos em falta de saúde;
não, falta dinheiro também! E S. Exª ainda quer que o dinheiro gasto nos
hospitais-escola seja considerado como gasto na Saúde e não como gasto na
Educação. Foi dito, esses dias, e muita gente ficou satisfeito, que ele
melhoraria o problema da Saúde, ampliando recursos, criando o imposto de saúde,
uma coisa assim, para substituir a CPMF. Então, quando forem à tribuna,
respeitem a história, respeitem o passado, respeitem as pessoas e não atribuam
culpa a quem não tem - neste caso, a Governadora do Estado não tem culpa; quem
foi condenado na Justiça foi Olívio Dutra e Germano Rigotto; esses não pagaram.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr.
Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr.
Presidente, ilustres Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, ilustres
telespectadores da TVCâmara e ouvintes da Rádio Web, eu não poderia me furtar
da responsabilidade de vir a esta tribuna dar o meu depoimento sobre a gripe A
H1N1. É fundamental que neste momento nós enfatizemos e coloquemos com bastante
destaque as medidas preventivas que são necessárias para que se evite um mal
maior.
O pessoal do meu gabinete acabou fazendo um pequeno
formulário que mostra - e solicito que foquem aqui - (Mostra o formulário),
dentre outras coisas, os passos a serem seguidos. A primeira situação fundamental
é que se lavem, com bastante ênfase, as mãos. Isso é muito importante, porque
essas endemias, essas patologias virais respiratórias, elas têm como agente
transmissor, muitas vezes, as mãos dos indivíduos. A segunda situação: sempre
que se vai respirar que se proteja a via aérea, procurando efetivamente evitar
a disseminação viral. Procurar alimentar-se bem, principalmente alimentos bem
cozidos; tomar bastante líquido, para que rapidamente a saúde seja
restabelecida. Não se automedicar: muitas vezes, em quadros de doença, a gente
observa que a população, em muitas situações, adoece mais devido à
automedicação do que pela própria patologia, portanto, não se automedique.
Agasalhar-se bem em dias frios; isso, realmente, evita que diminuam as defesas
do organismo. E, principalmente, evitar aglomerações.
O que foi dito pelo Ver. Sebastião Melo nos
preocupa muito; inclusive, ontem à tardinha, passávamos pelo novo shopping,
ali no Cristal, e observávamos o intenso acúmulo de pessoas ali, o que
realmente facilita a disseminação da gripe. Então, procurar evitar esses
aglomerados de pessoas.
Existe uma Lei no Direito que diz que as coisas
devem ser mudadas, quando realmente necessitam: mutatis mutandis et
servatis servandis. E nessa situação dessa infecção viral isso realmente
pode ocorrer a qualquer momento.
Então, eu não vejo nenhuma situação de real
desconforto e de dissonância entre o que ocorreu nesse período todo. Muito em
função da mudança pleonástica, da mudança da situação. A situação é
extremamente maleável, e pode mudar a qualquer momento.
Preocupa-nos, evidentemente, muito também em função
de que essas vítimas da nova gripe são pessoas que, muitas vezes, não
apresentam problemas maiores de saúde. Então, é importante que nós estejamos
alertas; são importantes as medidas adotadas pelas Secretarias. A gente sabe
que a Secretaria de Educação está numa luta para conseguir ter uma equipe
epidemiológica para a análise da situação, para conseguir uma verba extra para,
realmente, municiar as escolas com material no sentido de evitar essa
disseminação. Então, que essas medidas prossigam para que se minimize esse
problema da nova gripe.
Quando se falou aqui, eu muito me lembrei do início
da epidemia da Aids. Vocês sabem que em muitos países da África se preconiza a
amamentação, mesmo sabendo que ela pode transmitir o vírus HIV, e aqui no
Brasil não se faz isso, porque o risco da mortalidade a partir da não
alimentação é menor do que a disseminação pelo vírus através da amamentação, e
isso também se repercute na questão das escolas. Acreditamos que a medida foi
acertada. Acho que devemos estar e permanecer vigilantes nas medidas a serem
adotadas nesta situação do vírus H1N1, e que possamos, principalmente, evitar
aglomerações. Então, você que está nos ouvindo em casa, que está nos vendo em
casa aconselhe seus familiares no sentido de que realmente se evitem
aglomerações.
Solidarizo-me com a iniciativa do Ver. Mario
Manfro, no sentido de podermos trazer opiniões diferentes, porque nada é
absoluto em Biologia, inclusive opiniões de epidemiologistas e de
infectologistas diferentes no sentido de contribuir para o debate. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença, primeiramente eu quero agradecer ao meu Partido,
ao meu querido amigo DJ Cassiá, porque este tempo pertencia a ele, e ele me
cedeu; e aos demais Vereadores do nosso PTB - Nelcir Tessaro, Nilo Santos - o
nosso grande Líder, que neste momento não se encontra -, e Marcello Chiodo.
Quero falar sobre esses dias em que nós estivemos
de recesso. No recesso, tenho certeza absoluta, todos os Vereadores trabalham
muito. No recesso, compareceram aqui alguns Vereadores; outros estiveram na
Representativa, mas a gente trabalhou muito lá fora, Ver. Dr. Thiago. Nós
sabemos que a luta é grande, é muito forte, não é, Vereador? Mas eu também não
poderia deixar de relatar o que aconteceu nesses dias em que nós estivemos na
rua, e mais ainda como eu fiquei muito impressionado com um empreendimento, com
a qualidade de um empresário de sucesso, Ver. Dr. Thiago, porque esses
empresários quando vêm, a gente deve aplaudir, e aplaudir porque eles são os
“caras” que empreendem na Cidade, que valorizam a Cidade, que valorizam a
comunidade e valorizam o trabalho de todo mundo; eu fico muito satisfeito com
isso. No último dia 30, V. Exª estava junto, também o Dr. Thiago e o Ver.
Ervino, esta Câmara estava representada pelo Ver. Nelcir Tessaro como
Presidente; e o nosso Presidente, o Ver. Sebastião Melo, estava no exercício da
Prefeitura e fez um relatório perfeito. Eu admiro muito a palavra do nosso
Presidente, o Ver. Sebastião Melo. Quero lhe dizer, Ver. Toni Proença, que no
dia 30, o Ver. Sebastião Melo, nosso Prefeito, fez um relatório autêntico,
demonstrou a sua grandeza e a sua desenvoltura para se expressar, porque ele
sabe falar, e muito bem. Mostrou para a Cidade e mostrou para os empresários
que estão chegando aqui, eles são de Santa Catarina, o grupo Cassol, junto com
os empresários do grupo Zaffari, o que está acontecendo em Porto Alegre. Eu
também estava lá, junto com o Ver. Dr. Thiago, com o Ver. Ervino e com mais
alguns Vereadores, e me senti muito representado pelo nosso querido Presidente,
Sebastião Melo.
O Ver. Sebastião Melo, quando está num evento, ele
não fala só por ele, ele representa a Câmara e ele sempre demonstra que está
representando todos os Vereadores, DJ Cassiá. Eu fiquei mais surpreso ainda
quando vi a abertura daquele supermercado, bonito, tradicional, o Supermercado
Zaffari, que é de um cidadão que colabora com a Cidade, um cidadão que dá
emprego, Ver. Paulinho Ruben Berta; é de um cidadão que não explora a Cidade,
um cidadão que tem honra de ser empresário, que gosta de Porto Alegre e que tem
orgulho de dizer que a sede deles é Porto Alegre. Esse é o Grupo Zaffari! Eu
tenho muito orgulho disso, e, mais ainda, Ver. Toni Proença, Presidente: o meu
sonho é trabalhar no Zaffari um dia. E lá, conversando com o Sr. Aírton, eles
disseram que vão me dar um dia de trabalho no Zaffari. Vou trabalhar um dia no
Zaffari. Vou trabalhar um dia, Ver. DJ Cassiá, e quero convidar V. Exª para
estar lá nesse dia, porque essa família merece aplausos, essa família colabora
com a Cidade, essa família é autêntica, é uma família que não explora a Cidade,
não é igual a uns outros que chegam aqui na Cidade e que quebram meio mundo e
não querem nem saber o que acontece. Aliás, ainda fazem do cidadão, do cliente,
um funcionário deles. Eu quero dizer com todas as palavras: eu não gosto do
Carrefour! Podem ter certeza absoluta que, se depender de mim, eles não
estariam em Porto Alegre, porque eles não valorizam o cidadão nem o pequeno
empresário, eles não valorizam ninguém; eles tentam passar por cima de todos.
Nós deveríamos ter vergonha desse tipo de empresário que chega a Porto Alegre,
como é o caso do Carrefour. Quero dizer a vocês que eu digo “muito obrigado” a
esse Carrefour que vem me oferecer placas. Eu não quero placa! Eu quero é a
dignidade, o trabalho para as pessoas que mais precisam em Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1710/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 068/09, de autoria da
Verª Sofia Cavedon, que institui, no Município de Porto Alegre, o Estudo de
Impacto de Vizinhança (EIV) e regula sua aplicação. Emenda nº 01.
PROC.
Nº 1225/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/09, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que define obrigações de pequeno valor, para os fins do
disposto no § 3º do art. 100 da Constituição Federal, e precatórios judiciários
de pequeno valor, para os fins do disposto no § 1º do art. 100 da Constituição
Federal, condiciona a redução do prazo a que se refere o § 3º do art. 78 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias, assegura prioridade a pessoas com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos no pagamento de precatórios de
pequeno valor julgados contra o Município de Porto Alegre e dá outras
providências. Com Substitutivo nº 01.
PROC.
Nº 2416/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 103/09, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que proíbe o descarte de lâmpadas fluorescentes no lixo
comum e dá outras providências.
PROC.
Nº 2839/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 122/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Argemiro Ogando Corrêa o logradouro
não cadastrado conhecido como Rua D – Vila do Sargento –, localizado no Bairro
Serraria.
PROC.
Nº 1472/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 074/09, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que permite ao Oficial de Justiça lotado na comarca do
Município de Porto Alegre, quando estiver cumprindo mandado judicial, o
estacionamento de veículo em local proibido e dá outras providências. Com
Emenda nº 01.
PROC.
Nº 2840/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 123/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Rosas de Santa Rita o logradouro
público cadastrado conhecido como Praça 6453, localizado no Bairro Guarujá.
PROC.
Nº 2944/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/09, que autoriza a
abertura de créditos adicionais especiais no Departamento Municipal de
Habitação (DEMHAB) e altera o Plano Plurianual 2006-2009.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2297/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 013/09, de autoria da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente – COSMAM, que inclui § 5º no art. 1º e altera
a al. “b” e inclui al. “d” no art. 2º da Lei Complementar nº 554, de 11 de
julho de 2006 – que institui a Autorização para o funcionamento de Atividades
Econômicas no Município de Porto Alegre, dispõe sobre sua aplicação,
expedição,vigência, renovação e cancelamento e dá outras providências –,
exigindo das atividades sujeitas ao Licenciamento Ambiental o Licenciamento
Único ou a Licença de Operação em vigor para a emissão dessa Autorização.
PROC.
Nº 2643/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 114/09, de autoria do
Ver. Valter Nagelstein, que inclui no Calendário Oficial de Eventos do
Município de Porto Alegre o Sul Bazar, a ser realizado semestralmente, nos
meses de maio e novembro.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Caro Ver. Toni
Proença, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores, Vereadoras, em
segunda discussão de Pauta, eu sou obrigado a falar sobre o Projeto do Ver.
Valter Nagelstein, que inclui no Calendário Oficial de Eventos de Porto Alegre
o Sul Bazar, a ser realizado semestralmente, nos meses de maio e novembro. Muito
temos discutido sobre essa questão, e existe uma Comissão oficial da Mesa
Diretora, que está tratando do Calendário de Eventos de Porto Alegre. Ao longos
dos anos, Verª Sofia, foram colocadas tantas atividades no Calendário Oficial
de Eventos, que nós temos hoje uma grande confusão, uma babilônia. Como o Ver.
Valter pode me ouvir, eu queria dialogar sobre isso, pois nós temos um problema
com algumas questões que são colocadas no Calendário Oficial de Eventos.
Primeiro, Ver. Valter, trata-se de uma atividade comercial. Eu sou um defensor
do comércio, do bom comércio. Não vejo nenhum problema sobre esse ponto de
vista, porque houve discussões sobre se o Calendário Oficial de Eventos seria
composto de atividades públicas, e não de atividades privadas. Não há nenhum
problema sobre isso, não é uma questão de princípios. Acontece que temos
grandes problemas com as feiras itinerantes, e acho que nenhuma dessas feiras,
inclusive esta que eu conheço, que eu já pesquisei...
Eu participei, no dia 10 de julho, da 40ª Convenção
da CDL do Rio Grande do Sul. Fui convidado para um painel, Ver. Valter, para
discutir feiras itinerantes. Não há possibilidade, porque a Secretaria da
Fazenda do Estado não tem vontade política; eu fiz duras críticas ao
representante da Secretaria da Fazenda do Estado naquele momento, e o mediador
do evento, um jornalista conhecido de todos nós, pegou a minha intervenção para
dar uma “cutucada com vara curta” no representante da Secretaria da Fazenda do
Estado, pois não há fiscalização do ICMS nessas atividades.
Com toda a sinceridade e apreço que me merece,
porque eu tenho na diferença e na divergência, discutido muitas questões com o
Líder do Governo, e sei, inclusive, que instituições têm ajudado essa e outras
atividades itinerantes. E foi importante, porque estava lá também o
Superintendente do Sebrae, que é uma instituição que ajuda o pequeno e o médio
empreendedor. Mas eu queria discutir, com toda a sinceridade, e até quero fazer
uma proposta aqui: que a gente discuta com o Sindilojas, CDL e Fecomércio, esse
tipo de atividade.
Se o senhor me der razões, se o senhor me comprovar
da justeza que eu estou errado, quero voltar atrás. Eu gostaria de estar
errado, porque essas feiras têm me trazido muita preocupação e muita dor de
cabeça, meu caro Valter Nagelstein.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, agradeço o aparte. Eu tenho
algumas informações que eu acho que ajudam no esclarecimento do assunto. A
primeira é a seguinte: todos nós sabemos que, passadas as estações, o comércio
fica com os seus estoques. Esses estoques são negativos à atividade comercial,
que precisa se desfazer deles a fim de renovar as suas mercadorias. Essa Feira
tem esse propósito. Portanto, ela ajuda a atividade comercial, no sentido em
que ajuda o comerciante a se desfazer dos seus estoques. Todas as empresas que
participam da Feira, principalmente as do vestuário, reconhecem isso como a
grande oportunidade de se desfazerem dos seus estoques.
Tem uma questão social também, que é a seguinte: o
ingresso desse evento é a doação de um quilo de alimento não perecível.
O SR. ADELI SELL: Se o evento foi constituído
apenas por empresas locais, eu já retiro tudo que eu disse. Mas se nós abrirmos
espaço para aquelas empresas de Nova Serrana, de Umuarama, etc., vou ser
radicalmente contra. Se nós tivermos um acordo sobre o propósito, como a feira
que foi feita no Shopping Total, no caso do incêndio, se for nesse estilo, se
forem empresas locais para fazer um grande evento, uma efeméride, para desovar
os estoques de uma forma mais ampla, mais pública, mais democrática, digamos
assim, pelo acesso e universalidade, eu retiro as minhas críticas, mas eu
gostaria de ter essas garantias. Se eu tiver essas garantias, vou votar com
Vossa Excelência. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Toni
Proença, venho para chamar a atenção sobre dois Projetos que estão em Pauta no
dia de hoje. Um, é de autoria da nossa querida Vereadora colega de Bancada
Sofia Cavedon, que normatiza o Estudo de Impacto de Vizinhança para os
empreendimentos. É uma medida necessária, porque é uma matéria que começou a
causar interferência, digamos assim, nos vizinhos a partir da experiência
prática e a partir das construções, das edificações que foram acontecendo. Não
foi previsto, e, às vezes, nem é possível prever tudo quando se produz uma lei,
e essa é matéria típica do Plano Diretor, porque diz respeito aos Impactos de
Vizinhança. Nós temos inúmeros casos; esta semana eu recebi um cidadão que é
morador de uma determinada área, num determinado terreno, e é extremamente
incomodado, molestado pelas atividades de um colégio. Essas atividades funcionam
há muito tempo sem licença, sem alvará e, agora, com alvará provisório - em
parte, pelo menos.
Aí vem o outro Projeto de Lei, Ver. Pujol, que é
relativo à questão do uso do alvará provisório, eu acho que foi uma grande
medida. Inclusive eu participei do primeiro, o Prefeito era o João Verle, o
Ver. Adeli Sell era Secretário, depois o Edson Silva construiu um decreto,
depois o Secretário Cechim enviou para cá um Projeto de Lei, que nós aprovamos,
inclusive teve o nosso apoio. O nosso trabalho da COSMAM objetiva pôr limites,
porque o alvará provisório não pode servir ilimitadamente, como, por exemplo,
aconteceu num dos dois grandes empreendimentos da Av. Sertório - não lembro
qual dos dois foi -, um deles se valeu do alvará provisório para buscar a regularidade.
Então, há casos e casos, isso não pode ser indiscriminadamente, como está
acontecendo, porque tem servido a abusos, Ver. Brasinha.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Certo. Ele
mandou para cá o Decreto, na forma de lei, nós o aprovamos, mas há equívocos,
há falhas, por isso a COSMAM está fazendo uma Emenda para corrigir a lei,
porque não pode o alvará provisório servir para burlar, inclusive há
empreendimentos com impacto ambiental ou danos ambientais. Então, nós agregamos
à proposta de lei, Ver. DJ Cassiá, de que os empreendimentos que necessitem
licença de ambiental não possam se valer do estatuto do alvará provisório. Eu
acho que isso é razoável; é, sim, um avanço importante, um passo significativo
para que nós possamos ter a regularidade na Cidade, mas isso não pode ser
indiscriminado, porque - eu falava agora com o Ver. Pujol -, eu tenho um caso
que tem um Impacto de Vizinhança terrível, não tem licença ambiental e talvez
nem o alvará provisório; mas isso acontece.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Só quero fazer uma observação, com todo o
respeito, mas essa Emenda acaba com o alvará provisório, porque a maioria
desses estabelecimentos não tem licença ambiental. Exatamente essa é a função
do alvará provisório. Enquanto se está encaminhando, e dado o déficit de
técnicos que nós temos, com a demanda cada vez maior, crescente, na maioria dos
estabelecimentos que detém o alvará provisório é para que ele abra, que ele
gere empregos, obviamente com o mínimo de condições, mas sem a licença
ambiental. Se V. Exª quiser exigir a licença ambiental, acabou o instituto do
alvará provisório. Então, não vamos dourar a pílula, vamos acabar com o alvará
provisório; esse é o propósito. Obrigado.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo
aparte, mas o senhor está completamente equivocado, mais uma vez, Ver. Valter,
porque o alvará provisório fica livre para os pequenos empreendedores, para os
empreendimentos que às vezes não têm, inclusive, a base de Plano Diretor ou de
DM, mas não pode ser estendido indiscriminadamente para os grandes
empreendimentos e os empreendimentos poluidores que causam impacto ao meio
ambiente, porque é outro departamento.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª me
acusa de estar mais uma vez equivocado, mas eu só vou lhe lembrar que a
Constituição Federal consagra o principio da livre iniciativa e o princípio da
equidade. V. Exª não pode criar um dispositivo odioso que discrimina empresas
pelo seu porte, porque isso é um dispositivo flagrantemente inconstitucional.
Muito obrigado pelo aparte.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Mas a
limitação se dá pela diferença pelo impacto ambiental, e isso não é odioso nem
discriminatório; é ligado ao tamanho dos impactos que podem causar. Obrigado
pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; eu já tinha me
determinado que ocuparia a tribuna com o objetivo de enfocar dois Projetos,
cujo exame preliminar pela Casa começa no dia de hoje. Um deles, Verª Sofia
Cavedon, é exatamente o seu Projeto. Pode ser que seja de uma forma meio grega
de lhe homenagear no dia do seu aniversário. Mas, como diz a propaganda, é algo
que é sincero. É que eu quero, desde logo, dizer de uma conceituação pessoal,
minha, Ver. Valter Nagelstein, Líder do Governo, há muito que eu sustento que
os Congressistas nacionais, na sua impossibilidade de legislar sobre as coisas
do País, derrubados que estão pelas Medidas Provisórias, pelas quais o Poder
Executivo legisla, e o Legislativo apenas homologa, começam a atirar para todas
as coisas do País, onde o Governo Federal não tenha interesse. E aí vem as
legislações nacionais num País continental. Então, se estabelecem regras como
se Porto Alegre, São Gabriel, Cachoeira do Sul, Nova Iguaçu, Goiânia, Nova
Araçá, Caxambu e qualquer outra cidade do interior de Minas ou do Nordeste
fossem iguais. E as coisas não são iguais.
Então, acho que o Estatuto das Cidades - e, olha,
Vereadora, aqui é uma homenagem que faço para a senhora, e esta opinião não a
tenho de hoje, é pública -, é uma indevida intromissão na legislação municipal,
especialmente numa cidade como Porto Alegre, que é pioneira neste País em
termos de legislação urbanística. A maioria das situações previstas no Estatuto
das Cidades já foi contemplada pela legislação urbanística de Porto Alegre, e,
no meu entendimento, de forma mais adequada, porque é ajustada à nossa
realidade.
O Impacto de Vizinhança é um dos tantos fatos e
situações preconizados pelo Estatuto das Cidades.
A Verª Sofia Cavedon, autora, praticamente esgota o
assunto, trazendo a proposição tecnicamente bem elaborada - e lhe faço justiça,
Vereadora -, e habilmente encaminhada, na medida em que desde logo procurou
sanar, por uma Emenda, algumas objeções que eram feitas ao Projeto. Mas essa
proposta bem elaborada vai merecer desta Casa a melhor das discussões, na
medida em que é preciso que se verifiquem as situações especiais. Agora mesmo
estabeleceu-se aqui uma discussão em torno do alvará provisório - coisa que não
é novidade nesta Cidade. Em 1976 ou 1977, quando eu era Secretário da Indústria
e Comércio, eu dava alvará provisório, que tinha outro nome: era Alvará a
Termo. Havia uma data na qual o que faltava precisava ser satisfeito. Era
possível a renovação diante de uma justificação ampla, agora não há essa
exigência. Então eu quero dizer o seguinte: as coisas com frequência ficam
dando conflito; de um lado, há a necessidade de a gente democratizar o acesso à
atividade, porque, vamos convir, a nossa legislação, em muito casos, impede o
pequeno...
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, eu estou atento ao
que o senhor está falando e, mais ainda, concordo plenamente com suas palavras.
Gostaria de dizer que realmente nós precisamos dessa clareza no assunto, e
alguém tem que traduzir isso para nós.
O SR. REGINALDO PUJOL: Perfeito. Eu
pessoalmente preciso, Ver. Brasinha, da sua atuação nesse Projeto, porque V.
Exª tem vivência prática, tem vivência real, cotidiana.
O Ver. Todeschini levantou como exemplo uma
situação - não vou identificá-la aqui para não personificar - que se localiza
numa área de Porto Alegre onde até a topografia é complicada. Então, não há
como fazermos regras engessadoras de forma absoluta. Eu quero dizer, e aí é
minha homenagem final a V. Exª: eu vou ser um dedicado estudioso do seu Projeto
que, necessariamente, vai ficar um pouco sobrestado, porque V. Exª mesmo faz
várias referências a uma lei que não sei se vai sobrevier mais do que 60, 90
dias, e essas questões são hoje alteradas pelo seu Projeto, o que não impede
que, no conteúdo, nos objetivos, a discussão se instale, e se instale dentro
dessa forma que estou propondo, com objetividade, sinceridade, sobretudo com
muito respeito. V. Exª pode estar até contaminado - por que não? - de alguma
postura ideológica da proposição. Eu respeito! Nós não podemos querer ter uma
Casa em que as pessoas sejam vazias ideologicamente. Eu não gosto de quem não
tem posição política. Não gosto! Gosto daqueles que têm posição política clara,
pois aí eu sei quem está do meu lado, quem está contra mim, por que razão e por
que motivo. Era isso, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Engenheiro Carlos Comassetto está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Toni Proença; cumprimento todos os
Vereadores, retorno com alegria, apesar de a nossa Cidade apresentar muitos
problemas no início deste segundo semestre. Quero agradecer ao Ver. Pujol pela
franqueza do debate. De fato, quero dizer que avalio a proposta bastante severa
de regulamentação do Impacto de Vizinhança, que apresentamos, porque eu entendo
que essa é uma lacuna que a nossa Cidade tem. Sei que o Governo Municipal
discute há dois anos um projeto de regulamentação no Impacto de Vizinhança, mas
exatamente pela pressão ou pelos interesses contraditórios que ele vai
enfrentar ou mediar ele não avança na discussão no Conselho do Plano Diretor,
não avança no Governo, não há um entendimento para vir a esta Casa. Entendo que
a Câmara tem ousado em alguns temas, e eu quero que este seja um tema em que
nós possamos fazer um debate com muita intensidade e com muita profundidade,
Ver. Toni, porque os conflitos na Cidade entre empreendimentos e moradores
vizinhos são muitos. Nós estamos vivendo a questão do espigão da Lima e Silva, aquele
outro em Petrópolis, ou seja, todos os dias surge um novo conflito entre um
empreendimento aprovado e a estrutura urbana ali organizada, instalada, como o
direito à luz, ao sol, ao trânsito mais livre de quem está morando em
determinado lugar, pois o novo empreendimento chega e causa um determinado
impacto. Em várias situações o Estudo de Impacto Ambiental é insuficiente. O
Estatuto da Cidade prevê o Estudo de Impacto de Vizinhança e diz que os
Municípios devem regulamentá-lo. O Estudo de Impacto de Vizinhança deve, na
minha opinião, ter uma função de globalizar a visão dos impactos de
empreendimentos aprovados na Cidade, e principalmente quando esses
empreendimentos representam elementos que eu procurei elencar, que nossa equipe
construiu, do tipo: “Quando há alteração de uso residencial unifamiliar para
multifamiliar, mediante edificação de prédios, condomínios e parcelamento do
solo, é necessário fazer um Estudo de Impacto de Vizinhança”. Existe uma
modalidade predominante de unifamiliar, e vem um grande empreendimento
verticalizado. Qual é o impacto disso? O impacto da sombra, o impacto na
qualidade de vida e na valorização dos imóveis ao redor, aliás, acontece uma
desvalorização brutal. Quando há alteração de atividade, se era
predominantemente residencial e passa a ser comercial, industrial, etc., é
necessário fazer um Estudo de Impacto de Vizinhança. Quando há uma alteração
média na altura existente no entorno, uma brutal alteração, como está
acontecendo, por exemplo, num empreendimento na Rua Lima e Silva; são 19
andares em que, via de regra, são três, seis andares, existindo um ou outro
prédio que destoam. Então, esse é um impacto importante numa rua estreita.
Quando há unificação de lotes. No caso da Cidade Baixa isso é emblemático; os
lotes são estreitos e fundos, é uma repartição urbana antiga, vamos dizer
assim, que, quando se compram três lotes se obtém um terreno enorme, e ali as
atividades, o próprio bairro, com as suas ruas estreitas, com a sua
característica, não suporta um empreendimento em que há uma unificação grande
de lotes. Quando há Áreas de Interesse Cultural envolvidas, deve-se fazer um
Estudo de Impacto de Vizinhança que vai constatar a densificação, a necessidade
de complementação de equipamento urbano, a necessidade de complementação de
infraestrutura, verificar o prejuízo da ventilação e iluminação... Nós
procuramos elencar alguns elementos que têm que ser constatados.
Sei que este é um tema de Plano Diretor, mas o
Plano Diretor não consegue abrir cada um dos instrumentos. Eu acho que nós
temos um tema de debate; o Plano Diretor está na Ordem do Dia, mas ter um
instrumento como é o EIA-RIMA hoje em Porto Alegre, mas um instrumento que
faça, que atualize as leituras necessárias a serem feitas quando do
empreendimento, e o Estudo de Impacto de Vizinhança faz isso, atualiza, amplia
para além do impacto ambiental, apesar de que a gente tem que entender
“ambiental” como um todo.
A proposição é para que a nossa Câmara avance neste
tema, ajude o Governo a avançar nesse tema. Nós sabemos, não somos ingênuos,
que há uma pressão, uma luta social, é óbvio, entre quem quer construir,
empreender, e quem quer preservar os seus direitos. Mediar é tarefa do Governo,
é tarefa do Estado, é a nossa tarefa, portanto, é também tarefa do Executivo. A
intenção é que façamos um bom debate. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. ERVINO BESSON: Caro
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores que nos
acompanham nas galerias, pelo Canal 16, pela TVCâmara e pela Rádio Web, quero
saudar todos.
Nós temos na Pauta de hoje vários projetos. Vejo
importantes projetos para a cidade de Porto Alegre. Como não vou conseguir
falar a respeito de todos os Projetos, quero me deter a três: o primeiro deles
é o PLL nº 068/09, de autoria da Verª Sofia Cavedon. É importante o seu
Projeto, Vereadora. Acho que é oportuno a Câmara Municipal trazer essa
discussão do Estudo de Impacto de Vizinhança, no que se refere às nossas
construções de Porto Alegre. Creio que vai haver uma ampla discussão aqui na
Câmara, entre todos os Vereadores e Vereadoras, e as pessoas que, sem dúvida
nenhuma, acompanharão essa discussão.
O segundo Projeto é o PLL nº 103/09, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, a respeito das lâmpadas fluorescentes. É um Projeto
importante até para a Saúde pública, porque as lâmpadas fluorescentes contêm um
gás, um tipo de pó que é prejudicial à Saúde pública. O meu querido colega,
Ver. Dr. Thiago, que é médico, está me fazendo um sinal positivo. Não é difícil
encontrar lâmpadas fluorescentes, por exemplo, em uma caminhada inocente, ou
nas ruas, colegas Vereadores, onde há contêineres, em grande parte deles
existem lâmpadas fluorescentes, pois as pessoas trocam lâmpadas e as colocam
lá. Isso é um risco à Saúde pública! Portanto, é importante o Projeto do Ver.
Haroldo de Souza, para que nós possamos, sim, arranjar um local, até para a
empresa que fabrica esse tipo de produto, meu caro Presidente, para colocar
essas lâmpadas, porque elas são prejudiciais à saúde. É importante este Projeto
do Ver. Haroldo de Souza!
O terceiro Projeto é de minha autoria, e para ele
estou pedindo, desde já, o apoio dos nobres colegas Vereadores. É um Projeto
para que alguns profissionais - eles são poucos - tenham condições de
estacionar em lugar proibido: são os nossos Oficiais de Justiça. Os Oficiais de
Justiça têm um trabalho de risco, faz parte da profissão deles. Inclusive nós
sabemos que alguns deles perderam sua vida ao entregar uma intimação em locais
de risco. Eles às vezes não têm onde estacionar os seus veículos, e são poucos
os Oficiais de Justiça. Eles estacionam em lugar proibido, mas não ficam por
duas ou três horas. Entregam a intimação e voltam. Então, vamos facilitar o
trabalho dos Oficiais de Justiça. Nós sabemos que hoje, em Porto Alegre,
encontrar lugar livre para estacionar o carro é muito difícil. Então por que a
Câmara Municipal não dar aprovação a este Projeto? Eu espero o apoio de todos
os colegas Vereadores e Vereadoras, porque é um Projeto que vai trazer
benefício para esses profissionais. Que nós votemos a favor do Projeto e que,
na regulamentação da Lei, os Oficiais de Justiça recebam uma identificação. Não
botar a identificação no vidro, porque, como eu disse, é um serviço de risco,
mas que eles tenham, como nós, um cartão, aquele que usamos quando vamos à
Prefeitura ou fazer um trabalho no Centro, que nos permite um local para
estacionar o nosso veículo. Então, que eles recebam uma identificação no nível
do que nós recebemos e, quando forem entregar uma intimação, que sejam
identificados, coloquem o cartão em cima do painel do automóvel e assim possam
ter um local livre para estacionar. É esse o Projeto. Não é um Projeto
polêmico; é um Projeto simples, mas que vai trazer benefícios para esses
profissionais.
(Aparte anti-regimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR. ERVINO BESSON: Muito
obrigado, Ver. Brasinha. Eu espero - o senhor estava confidenciando com o Ver.
Todeschini - também o apoio da Bancada do PT. Como eu já disse, é um Projeto
que vai beneficiar os Oficiais de Justiça - acho que o seu número não chega a
200 - , facilitando o estacionamento e dando garantia de segurança para esses
profissionais. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Está encerrado
o período de discussão de Pauta. Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h50min.)
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